São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994
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Empresários criticam proposta de FHC

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A proposta de gastar as reservas cambiais do país em financiamentos para importação de maquinário e obras de infra-estrutura, do programa de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-PFL-PTB), não agradou lideranças empresariais.
A crítica mais áspera veio do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Carlos Eduardo Moreira Ferreira. "E a indútria nacional de bens de capital (máquinas), como é que fica?", atacou.
Segundo Moreira Ferreira, a preocupação de FHC deveria ser privilegiar produtores nacionais de máquinas, e não a importação. Segundo ele, a indústria de bens de capital está operando com apenas 50% de sua capacidade.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Mário Amato, não mostrou entusiasmo pela idéia, embora evitasse críticas. "Só me pronunciarei depois de analisar profundamente a proposta." Os dois empresários estiveram ontem na cerimônia de posse do ministro da Fazenda, Ciro Gomes. Ambos apoiarão FHC em um eventual segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
Nem a equipe econômica do governo, que será mantida em caso de vitória de FHC, defendeu a proposta do candidato.
"Só posso dizer se a proposta é viável depois de um exame minucioso", disse o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco.
Entre técnicos e assessores da equipe, a previsão é de que a proposta enfrentará problemas jurídicos. A utilização das reservas depende da interpretação da lei e da própria Constituição.
O ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso disse que é contra o uso das reservas cambiais para execução de obras.
Velloso disse que as reservas, além de servirem de lastro para as emissões do real, só devem ser usadas para cobrir necessidades do balanço de pagamentos do país.
Colaborou a Sucursal do Rio

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