São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994
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PF investiga denúncia de ágio na venda de 'popular'

DA REPORTAGEM LOCAL

PF investiga denúncia de ágio na venda de "popular"
Cleber Lopes de Freitas, ex-funcionário da concessionária Galileo, da Fiat, disse ontem à Polícia Federal (PF) que a revenda está envolvida em esquema de venda de carros "populares" no mercado paralelo.
Durante depoimento, Freitas entregou ao delegado Mário Ikeda cópias de documentos com o número de chassis de carros Mille ELX que teriam sido negociados no paralelo.
Ikeda afirmou "vamos tentar chegar ao comprador final e ouvi-lo de que forma foi adquirido este carro no mercado paralelo".
Segundo Freitas, que afirma ter trabalhado três meses na empresa, a Galileo receberia US$ 1.000 acima da tabela por veículo repassado para a "boca".
Ele afirmou que os carros destinados ao mercado paralelo são guardados em um depósito na Barra Funda, em São Paulo.
O gerente administrativo da Fiat Galileo, Armando Garcia, nega as acusações apresentadas à PF. "As denúncias não têm nenhum fundamento."
Segundo Garcia, o depósito que Freitas diz ser clandestino é o local onde ficam estocados os carros.
"Usamos o galpão da Barra Funda para estoque e revisões", diz Garcia. "Não há nada irregular."
Garcia afirma que a Galileo nunca vendeu carro "popular" com ágio. Disse que Freitas trabalhou na empresa "como 'office-boy' durante dois meses e meio". Foi demitido sexta-feira passada "no final do seu contrato de experiência".
Garcia afirmou que Freitas telefonou para ele ontem à tarde, após o depoimento na PF. Teria dito que que fez a denúncia por patriotismo.
A Fiat Automóveis só vai se pronunciar sobre o caso após conclusão das investigações.
Humberto Pereira Carneiro, presidente em exercício da Abracaf (associação das concessionárias Fiat), disse que condena o ágio e que "não se deve sacrificar uma ou outra empresa, porque o problema é generalizado".

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