São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994
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Câmara recebe moção de repúdio a racismo

DA REPORTAGEM LOCAL E DO NP

O vereador Odilon Guedes (PT) apresentou à Câmara de São Paulo uma moção de "repúdio por prática de racismo" contra o clube Paulistano, acusado de preconceito racial em um acidente ocorrido no sábado.
Conforme a Folha noticiou ontem, jogadores negros do basquete infanto-juvenil do Tietê foram barrados na lanchonete do Paulistano (zona oeste de São Paulo), antes do jogo pelo Campeonato Paulista.
O Paulistano contesta as acusações e afirma que os jogadores foram barrados apenas por não serem sócios do clube.
Ainda não há data para a votação da moção, que pede ao Paulistano esclarecimentos sobre o caso.
Guedes quer fazer votar projeto de lei, vetado em janeiro pelo prefeito Paulo Maluf, que pune com multa de cerca de US$ 25 mil entidades que discriminem pela cor.
Uma lei federal, n.º 7.716/89, prevê prisão de um a três anos em caso de discriminação em restaurante, bar ou lugar semelhante.
Sõnia Maria do Nascimento, coordenadora do SOS racismo, entidade de combate ao preconceito na capital, afirmou que vai orientar os jogadores barrados a registrarem queixa contra o clube.
A supervisora de esportes do Paulistano, Thaís Guedes, disse que o departamento jurídico do clube só será acionado em caso de ação judicial.
A mesária da partida entre Tietê e Paulistano, Rosângela Ramoska, entrou ontem à Federação Paulista seu relatorio sobre o incidente do jogo de sábado.
Ela disse que chegou ao ginásio do Paulistano após o fato e que registraria apenas o protesto do presidente do Tietê, Paulo Bonjorno.

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