São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994
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"Vila Sésamo" retorna ao Brasil em 97

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

O infantil "Vila Sésamo" voltará à televisão brasileira dentro de três anos.
Na última quarta-feira, o superintendente da Rede Bandeirantes, Roberto de Oliveira, e a fundação americana Children's Television Workshop (CTW) firmaram acordo em Nova York para co-produzir 130 episódios do programa, cada um com meia hora de duração.
A emissora deverá exibi-los a partir de janeiro de 97, duas vezes por dia: de manhã e à tarde.
Criado pela CTW na década de 60, "Vila Sésamo" –ou "Sesame Street"– tem como público-alvo meninos e meninas em idade pré-escolar (entre três e sete anos).
Quando surgiu, pretendia passar às crianças noções de espaço, cores, matemática e higiene. Hoje, por força da Aids e da onda politicamente correta, inclui discussões sobre sexo, ecologia e relações inter-raciais.
A rede pública PBS, dos Estados Unidos, transmite o programa desde 69 para 7 milhões de telespectadores. Outros 80 países também o exibem. Por tabela, comercializam 4.000 produtos com a marca "Sesame Street" (livros educativos, lancheiras, brinquedos, roupas, pasta de dente).
No Brasil, a Globo e a Cultura mostraram o infantil entre outubro de 72 e março de 77. Os irmãos Paulo Sérgio e Marcos Valle assinavam a trilha sonora. Naum Alves de Souza respondia pelo design dos bonecos. Sonia Braga, Armando Bogus e Aracy Balabanian encabeçavam o elenco.
A Bandeirantes calcula que cada episódio do novo "Vila Sésamo" custará US$ 30 mil. É o mesmo que Globo e SBT costumam gastar com um capítulo de novela.
A CTW não colocará dinheiro no programa, mas fornecerá parte dos cenários e dos bonecos. Também prestará assessoria técnica e artística à emissora paulista.
Como na década de 70, o "Vila Sésamo" da Bandeirantes terá um elenco de atores brasileiros, ainda não definido.
Garibaldo, Gugu, Ênio, Beto e outros bonecos que marcaram a primeira versão do programa devem participar da nova fase, com visual reformulado.
A Bandeirantes pretende iniciar a produção do infantil em janeiro de 95. Por norma contratual, só poderá colocá-lo no ar depois que os 130 episódios estiverem prontos –o que consumirá dois anos de trabalho.

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