São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994
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Versão brasileira estreou em 72

MARCO CHIARETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A "Vila Sésamo" original estreou em 72 e durou até 77. Começou no período mais duro do regime militar e terminou já na "distensão" do general Ernesto Geisel.
A adaptação brasileira da série norte-americana "Sesame Street" foi a primeira no mundo. O programa entrou em cartaz nos EUA em novembro de 69.
A versão tupiniquim mudou a geografia e a sociologia original. A rua operária virou uma vila de gente humilde, trabalhadora, séria, mas brasilianamente alegre. Pobre mas não miserável.
A dupla de professores originais transformou-se. O casal central era composto por um artesão que consertava tudo e uma doceira, Juca e Gabriela (Aracy Balabanian e Armando Bogus).
Sonia Braga, desconhecida na época, era Ana Maria, uma professorinha do Mobral. Namorava um motorista de caminhão, Antonio (Flávio Galvão).
As crianças conviviam com os adultos e com bonecos, criados por Naum Alves de Souza. Garibaldo (Laerte Morrone) era o mais simpático (e infantil). Vivia brigando com outro boneco, Gugu.
Milton Gonçalves, hoje candidato ao governo do Rio, frequentava a vila. Os capítulos, cada um deles em torno de uma aventura qualquer, duravam 55 minutos, com 20 pontos de audiência.
O programa é até hoje considerado uma revolução na TV brasileira para crianças. Na verdade, era versão moderna da clássica mistura criança-adulto-seres fantásticos que Monteiro Lobato já pensara décadas antes com seu Sítio do Pica-Pau Amarelo.
O centro das brincadeiras e histórias dos 150 capítulos da série brasileira era uma pracinha onde ficava o armazém de seu Almeida (Manoel Inocêncio). Os preços eram marcados em uma lousa. O leite vinha em garrafa. Faz tempo.

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