São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Metalúrgicos iniciam greve amanhã

DA FOLHA ABCD

Os metalúrgicos do ABCD aprovaram em assembléia ontem em São Bernardo a decretação de greve por tempo indeterminado a partir da zero hora de amanhã (segunda-feira).
Eles reivindicam 11,87% de reajuste, referente aos meses de julho e agosto e a reposição automática da inflação a cada mês. O sindicato é filiado à CUT.
A assembléia de ontem contou com cerca de 2.000 trabalhadores, segundo Carlos Alberto Grana, secretário-geral do sindicato, e teve a presença do presidente nacional da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
Amanhã param os trabalhadores das principais montadoras –Autolatina, General Motors, Scania e Mercedes-Benz. Essas empresas somam 50 mil metalúrgicos.
Também devem parar cerca de 10 mil trabalhadores de dez empresas de autopeças da região.
Os funcionários da GM, de São Caetano, vinculados à Força Sindical, fazem assembléia amanhã para decidir se entram em greve.
O presidente do sindicato, Heiguiberto Navarro, se reuniu ontem com o novo ministro da Fazenda, Ciro Gomes, para discutir a determinação do governo que proíbe aumentos de salários durante os primeiros meses do Plano Real.
Vicentinho disse estar indignado com a interferência do governo na tentativa de acordo entre metalúrgicos e empresas para a concessão do reajuste mensal. "O plano é burro ao tentar impedir que os trabalhadores recuperem as perdas. Isso significa que a recessão faz parte do Real."
Ele afirmou que a greve não é política. E que a CUT vai apoiar os protestos dos bancários e petroleiros, que têm dissídio em setembro.
A diretoria do sindicato dos Metalúrgicos do ABCD se reúne hoje, às 10h, para discutir a paralisação.

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