São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994 |
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R$ 15 bi devem ser retirados da economia
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Pedro Bodin diz que os números não são precisos. "O efeito da medida é nulo para quem captava recursos a prazo para comprar BBCs", explica. Oswaldo de Assis também concorda. "Todos os cálculos estão sendo feitos tendo como princípio que o estoque de CDBs não será alterado", diz, para completar: "E vai haver uma realocação de porta-fólios". O mercado de cessão de crédito não é novo. Mas está mais aquecido. Funciona da seguinte forma: uma instituição financeira negocia com outra o repasse de um crédito que concedeu a uma empresa. Outro efeito: o aumento dos juros no interbancário (CDI) para empréstimos para pequenas financeiras e para bancos estaduais. Os primeiros chegam a pagar juros anuais de 10% mais a taxa do CDI; os estaduais pagam até 7% ao ano mais CDI. O juro está mais salgado para as pequenas financeiras porque elas estão interessadas em tomar recursos de longo prazo. É que captando recursos no dia -a-dia (CDI ou no prazo de 30 dias (CDB), elas haviam ampliado o crédito ao consumidor para até 12 meses. Estavam, no jargão do mercado, "descasadas". Os juros diferenciados só mostram que o efeito da medida não será sentido de forma igual por todo o mercado. Se a liquidez ficar muito apertada, o BC pode resgatar títulos públicos (o que equivale a injetar dinheiro). O que o BC não pode –e cabe ao mercado fazê-lo via CDI– é distribuir esta liquidez no sistema. Aí entra o risco de crédito de cada instituição.(JCO) Texto Anterior: Aumento do consumo e crédito mais difícil para bancos desafiam BC Próximo Texto: Acordo no Mercosul integra previdências Índice |
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