São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994 |
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Voto vale caixão de defunto
XICO SÁ
Na cidade de Cabrobó (PE), o carpinteiro Francisco Vitorino Alves, 58, conhecido como "Chico Boêmio", é um dos fabricantes destes caixões. "Os candidatos dão remédio, tijolo, camisa, óculos, fotos e não poderiam deixar de pagar também caixões quando o ano é de eleição", diz. Alves conta que basta a família chegar com uma "ordem por escrito" dos candidatos para ser atendida. "Depois eu cobro". O maior assédio dos eleitores acontece nas farmácias de Cabrobó, a exemplo da maioria dos municípios sertanejos. Nessa história de atender a "ordens por escrito" e depois cobrar dos candidatos, o comerciante Francisco Pereira da Silva relata que levou uma de suas duas farmácias à falência, nas últimas eleições, em 1992. "Agora estou selecionando melhor os candidatos, para não me prejudicar novamente", diz. Segundo Silva, os remédios mais solicitados pelos eleitores são as vitaminas e os antibióticos. "A maioria deles nunca foi sequer num médico e pede o remédio para aproveitar a farra da eleição". Texto Anterior: Agricultor "vota no escuro" Índice |
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