São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Sobreviver é objetivo da Caraíba Metais

DA REPORTAGEM LOCAL

A sobrevivência é o objetivo principal de uma empresa. E para sobreviver em uma economia aberta, é preciso ser competitivo, oferecer qualidade e atender à preferência do consumidor.
"Ter qualidade não é um objetivo, é o meio de atender ao consumidor e sobreviver no mercado. O que define a qualidade do produto é a preferência do cliente", diz Normélio Moura da Costa, diretor-presidente da Caraíba Metais.
Esses fundamentos fazem parte do modelo japonês de gestão com qualidade total, adotado pela Caraíba a partir de 91.
Costa falou sobre a experiência de sua empresa na palestra "Reengenharia do Modelo de Gestão", dentro do ciclo de palestras "A Busca da Qualidade Total", promovido pela Folha.
A Caraíba Metais, maior produtora de cobre do país, tem 1.200 funcionários e está instalada em Salvador.
"Em 91 percebemos que havia alguma coisa errada com o nosso modelo de gestão, não éramos competitivos", diz Costa.
A Caraíba concluiu que o modelo antigo era adequado a uma economia com reserva de mercado, mas não se adaptava a um sistema de competição.
O primeiro desafio foi aprender a usar o potencial das pessoas, característica principal do modelo japonês de gestão.
"A maioria das empresas sabe como utilizar máquinas (o hardware) e processos (software). Mas a maioria não sabe usar bem as pessoas", afirma Costa.
"Os funcionários são chamados de mão-de-obra. O sistema é montado para utilizar mãos. Quando você encontra um concorrente que usa também a cabeça das pessoas, que tem cabeça-de-obra, você está perdido", diz.
No estilo japonês de gestão, o investimento nas pessoas tem prioridade em relação ao investimento em equipamentos. "Eles perceberam que, ao investir no funcionário, é possível agregar capacidade sem agregar custos".
Para a Caraíba, a adoção dessa filosofia obrigou a empresa a uma reengenharia do seu modelo de gestão.
No sistema anterior, as decisões eram tomadas por um pequeno grupo de pessoas. Os demais seguiam instruções, não tinham possibilidade de iniciativa. Havia, segundo Costa, um "desperdício de capacidade".
A reengenharia, na avaliação de Costa, representa "reconstrução, mudança nos conceitos básicos de funcionamento de uma empresa".

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