São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Auditor 'caça' as falhas nos veículos

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Auditor 'caça' as
falhas nos veículos

Até saliência milimétrica é detectada

Palmiro Waldemar Tesotto, 46, é um dos cinco auditores da General Motors do Brasil. Ao contrário do que pode sugerir o cargo, a função deles nada tem a ver com livros contábeis e balanços.
Há 23 anos na companhia, Tesotto e seus colegas cumprem a tarefa de verificar se na amostra de 2% dos carros que saem da linha de montagem de São Caetano do Sul (região do ABCD paulista) surgem defeitos ou simples "discrepâncias" –jargão usado em relação a itens fora do padrão estabelecido pela montadora.
É necessário olho clínico para se aperceber de uma saliência milimétrica no capô de um automóvel. Tesotto, por exemplo, iniciou-se na linha de montagem e afirma conhecer um carro de para-choque a para-choque.
"Examinamos o carro como se fôssemos clientes", diz Tesotto. Seu trabalho evita que a companhia tenha futuros clientes descontentes.
O auditor conta ter detectado problema de todo tipo –inclusive os que envolvem itens de segurança: vazamentos no sistema de freio e banco solto. Cada exame demora cerca de duas horas.
"A gente anota na ficha e alerta o pessoal da montagem para que corram atrás dos problemas", diz Tesotto, cercado na última sexta-feira por uma equipe que examinava um Monza.
"O trabalho em equipe é a mola-mestra do processo de melhoria da qualidade", afirma Alexander Schaffner, responsável por monitorar os programas de qualidade da GMB. "Todo funcionário precisa estar envolvido no 'por quê' e 'para que' de suas funções.
Tesotto ganha R$ 900,00 e avalia cinco carros por dia. "Não existe discrepância mais pesada ou menos pesada", decreta.
Os alertas da auditoria contribuem para reduzir o índice de itens fora do padrão.

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