São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Moeda estável 'ressuscita' negociação

JOSÉ VICENTE BERNARDO
EDITOR-INTERINO DE EMPREGOS

Começou a temporada de "caça ao aumento de salário". A chegada, em setembro, de datas-bases de categorias importantes –como a dos bancários– e a divulgação de uma avalanche de possíveis índices de inflação e de perdas salariais aguçam o espírito negociador de profissionais que acham que deveriam ganhar mais do que estão ganhando.
Cálculos de alguns sindicatos apontam perdas de até 100% nos últimos 12 meses. Outra corrente acha que houve ganho no poder aquisitivo dos assalariados.
Entidades patronais e profissionais de recursos humanos estão prevendo reajustes próximos aos índices oficiais de inflação –cerca de 15% (veja no quadro abaixo a evolução em US$ de alguns salários e da cesta básica em 94).
Confirmando-se essa previsão e a continuidade do cenário atual de inflação relativamente baixa, passa a ter sentido pleitear aumentos e promoções de 5%, 10% ou 20% –normalmente desprezados em épocas de inflação alta. A negociação individual ganha importância.
O profissional que, depois ou independentemente dos reajustes de sua categoria, concluir que tem "algo mais" em relação àqueles que exercem a mesma função, deve se preparar antes de reivindicar "algo mais" também no contracheque.
O primeiro passo é situar-se na empresa e no mercado. Deve-se avaliar pontos fortes e fracos –como formação, habilidades, capacidade de organizar, de chefiar e de se desenvolver.
Outro ponto importante é pesquisar salários de colegas na empresa atual e nas concorrentes.
Com esses dados em mãos, deve-se iniciar a elaboração de um "roteiro" daquilo que se vai dizer diante do chefe (veja outras dicas no quadro abaixo).
Um bom começo para esse roteiro é tentar responder perguntas como "Faço mais do que esperam de mim?", "Por que acho que meu desempenho está acima da média?", "Por que hoje devo ganhar mais que no emprego ou no mês anterior?" e "Teria condições de ganhar em outra empresa o que estou pedindo?".

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