São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Painel lembra carreira de Senna

CLAUDINÊ GONÇALVES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DA SUÍÇA

O artista suíço Willy Richard, 54, começa a pintar esta semana um quadro de 12 x 4 m traçando a carreira de Ayrton Senna.
A obra deverá ser exposta ao público pela primeira vez em São Paulo, antes do GP que abrirá o Mundial de F-1 de 1995.
Richard é tido como o maior pintor do automobilismo. Está nos autódromos há mais de 30 anos como fotógrafo, ilustrador, desenhista e pintor.
Desde maio, fez mais de uma centena de estudos para o painel em homenagem a Senna. Esse trabalho preliminar está exposto na galeria de Lénclume, na Suíça, até o próximo dia 25.
"Ayrton foi o maior artista da F-1 e esta é uma maneira de ressuscitá-lo", disse Richard. "Além disso, foi o único piloto de todos os tempos a empolgar um país inteiro", acrescenta.
Richard acompanhou a carreira de Senna desde o início e esteve com o piloto várias vezes.
O artista possui um quadro autografado por Senna em 91, quando o piloto foi ver uma de suas exposições, em Mônaco.
O painel sobre Senna é dividido em três partes: à esquerda, representa o sonho do piloto, com os carros em que foi campeão e o momento do acidente fatal, representado pelo carro envolvido em um maço de papel velho.
Ao centro, a carreira do piloto com os carros e seus principais adversários na F-1, sob um fundo ensolarado.
À direita, em forma mais abstrata, os carros de Senna. Em primeiro plano, a McLaren número 1 e o piloto a seu lado, com o capacete na mão.
Richard define-se como um artista louco e insiste que sua obra não tem qualquer fim lucrativo.
Tem contatos para expô-la num grande hotel de São Paulo e pretende reunir os pilotos da F-1 para alguns minutos de silêncio diante do quadro.
O artista disse que gostaria que o painel ficasse no Brasil, terra por onde passa a história de amor de Richard com o automobilismo, primeiro com Emerson e Wilson Fittipaldi, depois com Nélson Piquet e Senna.
Richard exibe com orgulho seu primeiro álbum em quadrinhos sobre a F-1, em 1975, com prefácio de Emerson.
O suíço tem em seu arquivo mais de 200 mil slides de F-1, desenhou dezenas de cartazes de GPs e vendeu cerca de 300 quadros sobre o esporte.
Seus principais clientes são os próprios pilotos, "quando debutantes", ou os patrocinadores, para presentear os pilotos "quando eles se tornam famosos".
Em brochura bibliográfica publicada recentemente, Alain Prost afirma no prefácio que ele e Niki Lauda receberam seu primeiro "Richard" numa recepção em 84. Prost afirma que continua "emocionado" com o "imenso talento do pintor".

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