São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994 |
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A invenção da História
JOSÉ GERALDO COUTO
sobre a crise "pós-moderna" da consciência histórica História e ficção: onde termina uma e começa a outra? Em que a História contada pelos historiadores difere das histórias contadas pelos ficcionistas? É cada vez mais difícil responder com segurança a questões desse tipo. A idéia de que existe uma "realidade dos fatos" a ser recomposta fielmente pela ciência da História tem sido corroída pela ação conjunta de diversas disciplinas, da psicanálise à semiótica. Hoje pouca gente discorda de que a História, como reelaboração de um real fugidio, cheio de desvãos e arestas, tem seu tanto de ficção, fantasia, invenção. Mas onde estão os limites que impedem a História de perder sua natureza e especificidade, de tornar-se, em suma, pura literatura? Nas páginas seguintes encontram-se poucas respostas definitivas a essa pergunta. Ao iluminar o problema a partir de seus vários ângulos, historiadores, filósofos e escritores acabam por desdobrá-lo em outras tantas interrogações. O historiador inglês Peter Burke, que estará em São Paulo a partir deste mês, e o historiador norte-americano Hayden White falam em entrevistas exclusivas sobre as complicadas relações entre fato e narração. Completam a investigação artigos do romancista Isaías Pessotti –que ganhou recentemente o prêmio Jabuti com o romance histórico "Aqueles Cães Malditos de Arquelau"–, do historiador Roberto Ventura e dos professores de filosofia Renato Janine Ribeiro e Bento Prado Jr. Texto Anterior: A invenção da história Próximo Texto: Para White, história recalcou a poesia Índice |
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