São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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"Pátria Minha" repete maratona de clichês

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DA REVISTA DA FOLHA

A atriz Cláudia Abreu vive Alice em "Pátria Minha"
Crédito Foto: Alexandre Campbell/Folha Imagem
Assuntos Principais: NOVELA
"Pátria Minha" repete maratona de clichês
Depois da fastidiosa "Fera Ferida", a volta de Gilberto Braga à novela das oito foi recebida com loas. Responsável por sucessos nos folhetins da Globo, ele acabou atingindo na imprensa o status de "grande autor". O fenômeno, que tem similar na literatura, com a elevação de escritores médios à categoria de mestres, talvez se explique pela pobreza do audiovisual brasileiro.
Sim, porque a novela de Gilberto Braga é sempre a mesma: um festival de clichês ligado ao "momento social" do país e a "temas atuais", atravessado pela visão classe média do que viria a ser a vida dos ricos e dos pobres. Bem, se é que neste mundo a virgindade pode ser considerada um "tema atual".
É claro que o gênero pede um certo esquematismo, mas há exemplos –de Hollywood a Nelson Rodrigues– a demonstrar a possibilidade de produtos de massas mais imaginosos e criativos do que os gerados pela festejada teledramaturgia da Globo.
"Pátria Minha" talvez encarne, como escreveu Arnaldo Jabor, a realização em escala industrial do sonho do CPC –o que não chega a ser de entusiasmar. Mas não resiste a um olhar um pouco menos complacente, um pouco menos amigo dos atores em cena, um pouco menos disposto a brincar de gostar do que é ruim.

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