São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 1994 |
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Indústria perde US$ 350 mi, diz Anfavea
ANTONIO CARLOS SEIDL
A previsão é de Luiz Adelar Scheuer, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). "Vemos com preocupação a continuidade da greve, porque, se as mesmas fábricas permanecerem paradas até sexta-feira, a indústria deixará de produzir, esta semana, 17,5 mil veículos com um valor médio de US$ 20 mil", disse. "Além de não atendermos o mercado interno e não arrecadarmos impostos, vamos falhar no fornecimento internacional, perdendo com isso credibilidade lá fora". Ele responsabilizou o imobilismo do governo e do Sindipeças (o sindicato dos produtores de autopeças), que analisa sua possibilidade de participar da proposta da Anfavea, pela lentidão na busca de uma solução para o impasse. "Temos o interesse em fechar logo um acordo aceitável pela indústria, trabalhadores e governo, dentro dos termos do acordo tripartite do setor automotivo". A Anfavea e os trabalhadores acertaram um abono de 35 horas de trabalho, correspondente à inflação acumulada de julho e agosto, calculada pelo IPC-r (11,87%). A Anfavea se comprometeu ainda a não repassar esse abono para os preços e aceita discutir a antecipação da data-base da categoria de abril próximo para novembro. O governo, porém, bloqueou o acordo, pedindo para avaliar o impacto do abono no Plano Real. "Não acredito que o governo, nessa situação de crise, não possa agir mais rápido". Scheuer qualificou de "infeliz" a decisão dos metalúrgicos de fazer greve porque isso deveria ser um "último recurso". Ele disse que as montadores podem ir à Justiça contra a greve. "Esse é um caminho possível mas preferimos em conjunto com trabalhadores e governo resolver o caso na mesa de negociações". Texto Anterior: Paralisação no ABCD continua até 6ª feira Próximo Texto: Média em URV teve mais 19% Índice |
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