São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 1994 |
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Gado morre com estiagem
DA FOLHA NORTE A seca que completa hoje 122 dias na região de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de SP) começa a matar animais no pasto.Segundo produtores e a Dira (Divisão Regional Agrícola) da cidade, cerca de 2% do rebanho de 3,8 milhões de cabeças de gado morreu nos últimos 15 dias. Isso representa cerca de 80 mil cabeças. Tomando como base o preço no mercado de novilhas de um ano e meio com peso de dez arrobas, o prejuízo deve chegar a R$ 20 milhões. "Mesmo que chova, a mortandade vai continuar nos próximos 30 dias", disse o veterinário da Dira Reinaldo Marini. Segundo ele, o prejuízo é "incalculável". Em Araçatuba, o produtor Wagner Ricardo de Abreu, 35, disse que perdeu de 25 a 30 cabeças nos últimos 20 dias. A fazenda de 300 alqueires tem 900 cabeças. A seca atingiu também o rebanho de carneiros. Segundo Abreu, das 60 cabeças, cerca de 10 morreram. O produtor disse que, ao parir, a ovelha rejeita o filhote porque não tem condições de amamentá-lo. "Nós tratamos os filhotes na mamadeira, com leite de vaca." Abreu disse que não calculou os prejuízos, que incluem também a perda de peso de todo o gado. Em União Paulista, o produtor J.F. disse que está perdendo até 12 cabeças por semana. Ele preferiu não se identificar para evitar problemas na comercialização do gado. J.F. disse que está procurando pasto para alugar e vendeu o gado mais gordo para comprar alimento para o mais magro. "Todo dia nós levamos uma carreta de trator cheia de ração no pasto, mas o nelore (raça de zebu) não é adaptado à cocheira." O produtor disse que havia preparado uma reserva de pasto para o período de entressafra. "Mas a geada queimou tudo." Texto Anterior: Pantanal vive maior seca em 20 anos Próximo Texto: Previsão é de chuva no fim-de-semana Índice |
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