São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 1994
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Mestre do Japão critica cabelo das brasileiras

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Há quatro dias no Brasil, o cabeleireiro japonês Shigenori Sugi, 43, considerado um mestre em seu país, ficou chocado com o que viu nas ruas de São Paulo.
"As brasileiras não parecem vaidosas com o corte de seus cabelos. Usam cabelos longos e mal cuidados", disse ontem à Folha.
Bisneto, neto e filho de cabeleireiros, Sugi veio a São Paulo para uma demonstração de sua arte.
O espetáculo do japonês ocorreu ontem à noite, na casa noturna Palace, durante a 4ª Taça Soho, um concurso de corte de cabelos promovido pela rede de salões Soho.
A pedido da reportagem, Sugi analisou, através de fotos, os cortes usados por quatro candidatas a primeira-dama do país e deu o seu veredicto (veja ao lado).
Alaíde Quércia e Ruth Cardoso, segundo Sugi, exibem cortes adequados ao formato e a aparência de seus rostos. Marisa da Silva e Ângela Amin deveriam fazer uma visita ao cabeleireiro, sugere.
O mestre japonês prevê para os próximos anos a volta de cortes de cabelo "mais suaves" e "menos radicais" do que os usados hoje.
Para os homens, diz Sugi, a tendência é sair de uso o corte muito curto e reto, hoje na moda, e voltarem os cortes mais longos e definidos, mas não compridos.
Por causa das revistas de moda e da troca de informações, a moda hoje acaba sendo a mesma em todos os cantos do mundo, mas Sugi vê uma diferença fundamental entre os cortes feitos por ocidentais e os executados por orientais.
"O cabeleireiro japonês está mais interessado no que a pessoa é por dentro. O ocidental está mais preocupado com a aparência."
Mas o próprio cabeleireiro reconhece: "Um leigo não é capaz de diferenciar um corte feito por um japonês de um feito por um francês. É uma questão de filosofia".

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