São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 1994 |
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Prefeitura de SP faz blitz antimendigo no centro
ANTONIO ROCHA FILHO
Tudo o que era considerado lixo –inclusive colchões e camas improvisadas, usados pelos sem-teto para dormir– foi jogado dentro de um caminhão da prefeitura. Funcionários da Administração Regional da Sé, com dois caminhões-pipa, varreram e lavaram calçadas e áreas sob marquises e viadutos. O mutirão faz parte de uma ofensiva "antimendigo" adotada pelo administrador regional da Sé, Victor David, 64. Ele quer "manter a cidade limpa". Quando os funcionários da administração da Sé chegaram, acompanhados por um carro da Guarda Civil Metropolitana, os sem-teto que vivem sob um trecho do minhocão recolheram o que puderam. O resto foi para o caminhão de lixo. "Só deixamos documentos e roupas. O resto vai para o lixo", disse José Braz de Oliveira, 44, encarregado de limpeza pública da Administração Regional da Sé. Segundo ele, "se os colchões não forem jogados fora, a cidade não vai ficar limpa". "Daqui a meia hora, eles arrumam outros colchões", afirmou. Duas horas depois, os sem-teto estavam de volta ao local, mas sem colchões. Oliveira disse que se os indigentes quiserem suas coisas de volta podem ir buscar na Administração Regional, na av. do Estado. "Nós já não temos nada e eles ainda vêm tirar o pouco que temos", protestaram em coro Cláudia, 19, Valquíria, 18, e Tatiana, 15, que vivem sob o viaduto. Na al. Barão de Limeira, o caminhão-pipa da prefeitura lavou a calçada junto à entrada de lojas e prédios. A medida teve o apoio de moradores e comerciantes que trabalham no local. Texto Anterior: Mestre do Japão critica cabelo das brasileiras Próximo Texto: Rio tomba morro na zona sul para impedir construção Índice |
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