São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994 |
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Salários no ABCD são maiores que em Betim CRISTIANE PERINI LUCCHESI CRISTIANE PERINI LUCCHESI E MARCOS CÉZARI
São 27 mil metalúgicos na base da entidade –80% deles trabalham na Fiat– com data-base em 1º de outubro. Segundo Moreira dos Santos, as negociações com os empresários para a campanha salarial deste ano mal começaram. "Por isso não fizemos greve como no ABCD", afirmou. Os metalúrgicos de Betim pedem reajuste de 64,5% mais 15% de aumento real a título de produtividade. Reivindicam também reajuste mensal pela inflação integral do mês anterior. Em março deste ano eles receberam antecipação de 5,6% mais abono correspondente a 23% dos salários, de acordo com informações do sindicalista. A empresa, segundo Santos, ofereceu 18,03% sobre outubro. "Isso já foi rejeitado em assembléia. Mas as negociações continuam", afirmou. Para o sindicalista, as condições de mobilização da categoria em Betim são bem mais difíceis do que no ABCD. "A rotatividade é maior, os salários mais baixos, a maioria do pessoal vem do setor rural e mora muito longe do local de trabalho", argumenta. Segundo Santos, o fato de as outras montadoras terem sofrido paralisações de produção devido à greve acaba favorecendo a Fiat, que não parou. "A Fiat é ganhadora", afirmou. A assessoria de imprensa da Fiat informou que as negociações com os metalúrgicos são feitas no âmbito da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais). Por enquanto, a Federação está estudando o pedido dos trabalhadores. O prazo para uma nova contraproposta vai até o final do mês. Segundo a assessoria, há reuniões para negociação às segundas e quartas-feiras. Além do aumento salarial o pedido dos metalúrgicos inclui cerca de outros 90 itens. Colaborou Marcos Cézari. Texto Anterior: Governo recua e aceita acordo por empresa Próximo Texto: Porto de Recife perde R$ 24 mil com greve Índice |
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