São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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Senador discute com Suplicy

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Humberto Lucena (PMDB-PB) acusou ontem o colega do PT Eduardo Suplicy (SP) de ter usado a gráfica do Senado para imprimir folhetos com finalidade eleitoral.
O bate-boca foi no gabinete da Presidência do Senado, quando Lucena recebia a solidariedade de 13 senadores.
"Continuo candidato e a Paraíba está em comoção social", disse Lucena aos colegas.
"Não pratiquei nenhum crime eleitoral. Se pratiquei, vossa excelência praticou também e de muito mais gravidade", disse Lucena a Suplicy, diante da imprensa.
O presidente do Congresso, que teve seu registro eleitoral cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), referia-se ao fato de Suplicy ter mandado imprimir seu "Projeto de Renda Mínima" na gráfica.
Suplicy disse a Lucena que imprimiu o programa e cartões de visita usando apenas 5% de sua cota como senador.
"Devemos apresentar o episódio para tornar transparente o uso da gráfica", afirmou.
"Os folhetos que vossa excelência publicou, sobre um projeto tão importante, poderiam ser utilizados como material eleitoral, mais até do que um calendário", disse Lucena.
Lucena afirmou que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão do TSE e que sua vitória será "extraordinária".
"Sou um candidato já eleito. Isso só não vai acontecer se esta violência inominável vier a ser confirmada", declarou.
Lucena disse que era apenas "candidato a candidato a governador" quando os calendários foram impressos, em 93. Por isso, o material não seria propaganda eleitoral.
Além disso, afirmou que a impressão dos calendários com mensagem de fim de ano não é ilegal "e muito menos crime eleitoral". Segundo Lucena, "a prática é comum e lícita".
"Isso é tão velho quanto a gráfica do Senado e nunca ninguém questionou isso", afirmou o senador.
"Minha vitória estava garantida e puxaram meu tapete para favorecer outros candidatos." Sem citar nomes, acusou um de seus adversários de "abuso do poder econômico".
Segundo seus assessores, o alvo era o senador Raimundo Lira (PFL-PB), que concorre a uma das vagas do Senado.

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