São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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Melluso atribui processos a intrigas de inimigos

DA REPORTAGEM LOCAL

Carlos Eduardo Mendonça Melluso, assessor do candidato ao Senado Romeu Tuma (PL), atribui os processos na Justiça ao grande número de inimigos políticos.
Segundo ele, o crime de peculato foi cometido pelo ex-prefeito de Barra Bonita Wady Mucare, mas o envolveu por ser funcionário da prefeitura na época.
"Não cometi nenhum ilícito, na verdade eu que denunciei o prefeito e acabei sendo condenado por ter trabalhado com ele", disse.
Segundo Melluso, a denúncia por crime eleitoral é outra acusação que não procede. "Coisa dos meus adversários, mas tenho certeza que serei absolvido", afirmou. "É vingança de inimigo político".
O assessor de Tuma reconhece que existem várias ações de cobrança contra ele nos cartórios. "Tem algumas pendências, mas estão sendo reolvidas", disse.
As dívidas, segundo Melluso, foram feitas em benefício de um restaurante que tinha em Barra Bonita, o Boulevard. "Estas dívidas estão em discussão, são coisas velhas, que estão em andamento".
Ao ser entrevistado pela Folha, o assessor de Tuma pediu para que o jornal não publicasse nada sobre ele. "Sei que é pedir demais, mas eu preferia que não fosse publicado nada sobre isso", afirmou. "Eu sou peixe pequeno".
Tuma disse ontem à Folha que desconhecia qualquer informação sobre os processos contra Melluso.
O candidato afirmou que ficou sabendo do caso quando sua assessoria lhe comunicou que a Folha o procurava para dar explicações.
Tuma disse que iria avaliar as informações e que chamaria o assessor para uma conversa ainda hoje para esclarecer a situação.
"Minha campanha é toda centrada na conduta ética e no respeito", afirmou. "Precisamos ver se essa condenação não foi resultado apenas de intrigas políticas regionais".
Segundo Tuma, a "briga regional" é muito forte em Barra Bonita, cidade onde Melluso é vereador, e pode ter provocado a condenação por peculato.
"Vamos ver se tudo não foi apenas resultado de uma picuinha política", disse. "Aquela região é difícil, quando faço campanha lá tenho o maior cuidado".
O candidato afirmou ainda, ao falar sobre o caso, que uma dos seus projetos no Congresso será lutar pela modificação no rito dos processos jurídicos.
"É um absurdo, tem muita gente que comete crimes e não paga nada por conta de prescrições", disse. "Não estou me referindo ao Carlos, pois ainda irei avaliar o seu caso".

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