São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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Poluição aumenta mortes por doenças respiratórias

Número de vítimas sobe 30% com queda da qualidade do ar

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ardor nos olhos, tosse constante e secura na boca. Desde a última segunda-feira, esses sintomas vêm atingindo os paulistanos, vitimados pelos altos índices de poluição na cidade.
Sempre que a qualidade do ar piora, as pessoas que sofrem de doenças respiratórias ou alérgicas, principalmente crianças, são as primeiras a sentir os efeitos da poluição.
Cada vez que a concentração de poluentes atinge 100 microgramas por m3 de ar (qualidade inadequada, segundo a Cetesb), o número de internações de crianças com doenças respiratórias sobe de 17% a 20%.
No caso de crianças asmáticas, o número de internações aumenta 30%.
Esses dados foram constatados pelo patologista Paulo Hilário Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP.
Segundo Saldiva, quando a poluição aumenta, as mortes causadas por doenças respiratórias crescem até 30%, independente do clima.
"Isso mostra que, apesar de não matar, a poluição acelera a morte de pessoas que já estão com a saúde debilitada", afirma o patologista.
Entre a população saudável, os altos índices de poluição provocam uma série de alterações por todo o corpo (veja quadro acima), além de intensificar a ocorrência de problemas respiratórias.
Segundo Saldiva, a asma é a doença que ataca maior número de paulistanos quando a poluição sobe, seguida pela pneumonia.
"Também suspeitamos que a incidência de rinites alérgicas aumente com a poluição, mas esta fase da pesquisa ainda não foi concluída", diz.

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