São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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Troca de frasco anula suposto caso de doping de jogador

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Troca de frasco anula acusação de doping contra jogador
A constatação de troca de frascos contendo urina definiu ontem de manhã a absolvição do jogador Flávio Goiano, 21, do Paysandu (PA), da acusação de doping no jogo entre a sua equipe e o Botafogo no dia 4.
No primeiro exame, na semana passada, foram detectados vestígios do estimulante fenilpropanolamina.
Ontem, antes do segundo e último teste, a contraprova, o advogado e o médico do jogador provaram que, na verdade, a urina era do zagueiro Édson Santos, também do Paysandu.
A confusão foi provocada, na opinião do advogado Gabriel Capistrano, por algum funcionário do laboratório do Hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde foi feito o exame.
O presidente da comissão de dopagem da Confederação Brasileira de Futebol, Márcio Castro Borges, não quis falar sobre o caso.
Édson Santos não sofrerá punição porque a quantidade do estimulante encontrada no seu organismo foi muito pequena.
Antes da partida, o médico Joaquim Neves preenchera formulário obrigatório sobre remédios que atletas do seu time estavam consumindo.
Ele alertou que o zagueiro tinha tomado o antigripal Naldecon, que contém a susbtância proibida pela legislação esportiva.
Quando o médico faz esse aviso, a lei livra de punição o jogador, desde que a quantidade de, no caso, fenilpropanolamina, seja reduzida como a presente no medicamento (drágeas) contra gripe.
No sorteio durante a partida, Édson e Flávio foram os dois jogadores do Paysandu escolhidos. A urina de cada jogador foi colocada em dois frascos, um para cada exame.
Ontem, antes de ser retirado o lacre do frasco, o médico Joaquim Neves pediu o número do frasco. Era o 4.648.
Mostrou, então, a planilha que recebera após o jogo e disse: "Aqui está, esse é o número do frasco de Édson Santos." De acordo com advogado Capistrano, o representante da CBF, sem jeito, reconheceu o erro.

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