São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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Diniz admite ter pouca experiência para a F-1

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

O homem que pode ser o próximo piloto brasileiro a ingressar na Fórmula 1, Pedro Paulo Diniz, 24, confessa que ainda erra "por falta de quilometragem".
Atual piloto da Forti-Corse, equipe ítalo-brasileira da F-3000 e que pode se transferir para a F-1 no ano que vem, Diniz quer provar que é um piloto veloz.
"Às vezes peco por falta de experiência, mas me considero um piloto rápido", afirmou ontem o brasileiro, em entrevista à Folha por telefone, da Itália.
Diniz começou sua carreira automobilística em 1989, no Brasileiro de Fórmula Ford, campeonato em que obteve a sexta posição na classificação final.
Em 90, o paulista passou para a F-3 sul-americana, categoria na qual sua melhor colocação foi um terceiro lugar, correndo em São Paulo.
Depois, mudou-se para a Europa, onde correu pela West Surrey e pela Edenbridge, equipes da F-3 inglesa. Passou dois anos na categoria. Seu melhor desempenho foram dois terceiros lugares em 92.
Surgiu, então, a oportunidade de correr pela Forti-Corse, escuderia à qual pertence há dois anos.
Na atual temporada, o paulista tem se saído bem nos treinos, mas não repete a atuação nas corridas.
Chegou a fazer a pole provisória em Barcelona. A maior conquista em provas, no entanto, foi um nono lugar na Bélgica. Agora, Diniz tem duas provas para marcar seu primeiro ponto na temporada, uma em Portugal e outra na França.
"Nas corridas, venho enfrentando problemas com o carro. Tive quebras de câmbio, uma roda que se soltou, alguns acidentes e falta de sorte", disse Diniz.
Quanto à falta de experiência, o paulista acredita que começou a pilotar tarde. "Minha estréia no kart aconteceu aos 17 anos. Os outros começam bem mais cedo, aos 8 ou 9 anos", afirmou.
Ainda assim, Diniz está procurando uma vaga na F-1. Segundo ele, já conversou com a Arrows e a Jordan, coincidentemente equipes que empregam brasileiros: Christian Fittipaldi e Rubens Barrichello, respectivamente.
"A F-3000 é muito parecida com a F-1 em termos de competitividade. Por isso, não temo queimar minha carreira lá. Uma hora ou outra, eu teria de enfrentar esse desafio", disse.
Mesmo confiante, Diniz sabe que suas reais chances de ingressar na F-1 estão condicionadas ao sucesso da Forti-Corse.
Se a escuderia ítalo-brasileira conseguir fechar todos os contratos de patrocínio que prevê, terá condições de chegar à F-1. Diniz será, então, um dos pilotos da equipe, desde que obtenha a superlicença da FIA.
O paulista não acredita que terá dificuldades para conseguir a autorização. "Tenho mostrado que posso andar na frente", afirmou.

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