São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pan ocupa espaço da Fluminense FM no Rio

MARCELO MIGLIACCIO
DA SUCURSAL DO RIO

A entrada da rádio Jovem Pan FM no dial do Rio de Janeiro, marcada para 1º de outubro, vai tirar do ar a única emissora especializada em rock do Estado, a Fluminense FM.
A transação entre o sistema Jovem Pan e o grupo Fluminense de Comunicação prevê a retransmissão da programação produzida pela FM paulista. Apenas as promoções serão feitas no Rio.
Criada em março de 82, a Fluminense foi responsável pelas primeiras execuções no Rio de grupos como Barão Vermelho, Legião Urbana, Nirvana, Pearl Jam e Aerosmith.
Atualmente, a rádio segmentada de rock ocupa o 12º lugar em audiência entre as FMs no Estado. Seu apogeu aconteceu em 85, quando chegou ao terceiro lugar, segundo o Ibope.
"O ruim não é a Jovem Pan entrar, mas a Fluminense acabar. Vai faltar espaço para bandas novas", afirma Ricardo Chantilly, coordenador da Fluminense há três anos.
No início da semana, ele comunicou a transação a cerca de 20 profissionais da rádio, conhecida como "a maldita", que serão dispensados no final do mês.
Entre os demitidos, estão os oito locutores da rádio –seis deles são mulheres. A rádio foi a primeira a utilizar locução feminina no Rio e lançou, entre outras, Mylena Ceribelli, hoje na Rede Globo, e Mônica Venerabili.
Em 1º de outubro, entrará no ar a 94.5-Jovem Pan FM, que deve multiplicar por quatro o faturamento mensal da Fluminense, hoje em torno de US$ 30 mil.
Na transação, o grupo Fluminense receberia cerca de US$ 150 mil, além da receita proveniente dos novos anunciantes que virão com a Jovem Pan.
O dinheiro deve ser investido na modernização dos equipamentos. Hoje, a Fluminense pode ser sintonizada apenas por 50% dos ouvintes do Rio e não chega a determinadas localidades.
Mesmo assim, a programação de rock garante à rádio o quarto lugar entre ouvintes com idades entre 15 e 24 anos das classes A e B e o primeiro por tempo de sintonia –cada ouvinte escuta a rádio em média por duas horas.
Para Tutinha Carvalho, 38, diretor artístico da Jovem Pan de São Paulo, isso representa uma vitória para a rádio carioca. "Eles ganham a programação de uma das rádios líderes de audiência do país", diz. O contrato com a Fluminense é de dois anos. Depois desse prazo, as partes podem renegociar ou romper o acordo.

Texto Anterior: George Martin trata Gershwin com carinho
Próximo Texto: 'Vou onde me alimentam, como cachorro'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.