São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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Em defesa do BB; Mariana Ricupero; O dono do mistério; Cassação de Lucena; Brasileiros em Protugal; Direitos humanos; Imagem e elegância; Obras do Tietê

Em defesa do BB
"Fiquei impressionado com a primeira voz que se levantou, de forma inteligente, racional, a favor do Banco do Brasil –José Serra. Sempre tive a opinião de que o homem vale muito pela sua palavra, e mais ainda quando a escreve e assina como foi o caso deste 'O Banco do Brasil e os desafios do real", nesta Folha de ontem. Assinou algo que muitos de nós há muito não víamos: uma defesa imparcial, inteligente e fundamentada de uma das instituições de maior credibilidade do país."
Luiz Edgard Bueno (Londrina, PR)

"É de se estranhar o artigo do sr. José Serra a respeito dos bancos federais, mais especialmente sobre o Banco do Brasil. Em outras oportunidades, o deputado não teve a mesma posição de defesa do BB e o seu partido, sobretudo na gestão de FHC no Ministério da Fazenda, jamais agiu no sentido de defender o banco, muito pelo contrário. Vale lembrar que na MP que criou o real inseriu-se artigo que permite a privatização do BB e que o governo deve ao BB quase R$ 7 bilhões em repasses não autorizados pela Fazenda."
Valter Lúcio Prieto, coordenador da Executiva Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (São Paulo, SP)

Mariana Ricupero
"Foi com desagradável surpresa que tomamos conhecimentos, através da Folha de 13/09, das acusações de que a aluna Mariana Ricupero teria sido destratada por seus colegas de curso. O Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília não deve ser responsabilizado por supostos atos individuais de seus alunos, professores ou servidores. Do ponto de vista institucional, não houve qualquer ação de represália à aluna Mariana Ricupero, cuja ausência às aulas, desde o dia 1/09, foi motivo de preocupação pessoal da diretora do instituto, que é também sua professora. Lamentamos o teor das notícias sobre os alegados episódios e repudiamos veementemente toda e qualquer ação que implique a restrição de direitos individuais."
Mariza Monteiro Borges, diretora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (Brasília, DF)

O dono do ministério
"Ciro Gomes era minha única e última esperança em termos de político deste país. Aceitou o Ministério da Fazenda, do governo Itamar, caiu vários pontos no meu conceito. Com a mesma desenvoltura dos anteriores, adonou-se rapidamente do ministério e em dois dias já se sentia senhor da situação, falando grosso e aparecendo na Globo. O ministro deveria ler a coluna de ontem de Clóvis Rossi. Com certeza, ele diz o que muitos gostariam de dizer."
Dirce Brogiolo (São Paulo, SP)

Cassação de Lucena
"A cassação da candidatura ao senado do atual senador Humberto Lucena deve servir de exemplo a tantos outros políticos que se utilizam da máquina pública em benefício próprio. Apesar de a Justiça Eleitoral ter simplesmente aplicado a lei, soam vozes contrárias de dentro do Congresso Nacional, afirmando que houve ingerência nos assuntos do Congresso. Isto é intolerável e macula ainda mais a imagem do Congresso."
André Ali Mere (Ribeirão Preto, SP)

Brasileiros em Portugal
"Assinante e leitor da Folha há longo tempo, quero protestar quanto à forma grosseira com que o sr. Otavio Frias Filho se refere a Portugal, em sua coluna onde, sob o título 'Admirável mundo novo', tece considerações sobre vários aspectos da chegada a certos países de pessoas que não são desejadas. Referindo-se aos brasileiros que tentaram entrar de forma ilegal, diz que '... as autoridades portuguesas, por exemplo, há tempos tratam de barrar, com a tradicional delicadeza lusitana, a entrada de qualquer brasileiro suspeito, ou seja, nascido no Brasil. Portugal parece orgulhosamente dizer para os suseranos alemães ('vejam como tratamos nossos turcos, vejam como temos direito de fazer parte da Europa ariana')...'. Sem procuração para defender Portugal, gostaria de lembrar que qualquer cidadão tem o direito de requerer sua entrada para trabalhar em Portugal, do mesmo modo que Portugal, ou qualquer outro país, tem o direito de mandar de volta qualquer pessoa que tente entrar ilegalmente. No caso dos imigrantes clandestinos, é bom não esquecer que estavam entrando também, pelo mesmo meio, prostitutas, travestis, toxicômanos –e não apenas, como a Folha alardeou, trabalhadores. A 'delicadeza lusitana' a que Otavio Frias Filho se refere visa desencorajar o ingresso ilegal e não tem a magnitude que demagogicamente lhe foi atribuída, nem existe relação entre Alemanha e Portugal de suserano e vassalo."
Fernando Gonçalves Pedro (Presidente Prudente, SP)

Direitos humanos
"A coluna de Gilberto Dimenstein de ontem põe o dedo na ferida. A proteção e a promoção dos direitos humanos têm sido evitadas pelos candidatos porque não rende votos. Com o lançamento de novo relatório sobre o Brasil, esperamos obter dos presidenciáveis o compromisso com programa na linha das recomendações apresentadas."
Carlos A. Idoeta (São Paulo, SP)

Imagem e elegância
"Ao lermos a coluna 'Criação & Consumo' na Folha de 12/09, deparamo-nos com uma afirmação surpreendente e desagradável. À parte o tom jocoso de suas impressões pessoais sobre o que sejam 'criatividade e elegância' dos profissionais de publicidade, não cremos que caberia a um homem reconhecidamente elegante e criativo como o sr. 'P', da não menos famosa DPZ, o ataque gratuito e sem o menor sentido a trabalhadores da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). A infeliz analogia feriu a dignidade de nossos empregados, que desempenham papéis muito diversos do que aqueles descritos no referido artigo."
Maria Valéria de Almeida Belmonte, gerente do setor de comunicação empresarial da Rede Ferroviária Federal S/A –RFFSA (São Paulo, SP)

Obras no Tietê
"Com relação à reportagem 'Procuradoria investiga obra de Fleury no Tietê', publicada na edição de 14/09, prestamos os seguintes esclarecimentos: 1) o serviço de desassoreamento do rio Tietê, executado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica, autarquia vinculada à Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras do Estado de São Paulo, visa manter as condições de vazão do rio, evitando-se a ocorrência de inundações; 2) as matérias da Folha de abril e agosto de 1993 estão repletas de incorreções; 3) são improcedentes as informações veiculadas de que o Tribunal de Contas do Estado tenha produzido tabelas indicando elevação de 117% nos custos do desassoreamento entre 1990 e 94. Os dados reproduzidos na matéria ('na obra de 1990, o custo do serviço por metro cúbico de lama retirada foi de US$ 42,31. Na obra de Fleury, o custo sobe para US$ 92,22') constam do relatório da Unidade de Engenharia do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, de 1/06/93, pág. 10, e se referem a 'custo do canteiro US$/mil metros cúbicos de volume desassoreado'. Este custo, portanto, é referente a quanto as empresas aplicam na manutenção de seus canteiros de obra, para cada mil metros cúbicos de sedimentos dragados."
Arnaldo Pereira da Silva, superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica –DAEE (São Paulo, SP)

Resposta dos jornalistas Xico Sá e Carlos Magno de Nardi – Os números citados constam de auditoria realizada pelo TCE e foram reproduzidos em reportagens da Folha em abril e agosto de 93, quando não foram objeto de contestação. O relatório do TCE contempla todos os itens da obra e não só os relativos à manutenção dos canteiros, como afirma o superintendente do DAEE.

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