São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Tumulto marca passagem de tucano pelo Rio

EMANUEL NERI
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Um princípio de tumulto ocorreu ontem quando Fernando Henrique deixava o segundo andar do Hotel Glória, onde participou do almoço de campanha de Arthur da Távola (PSDB-RJ) ao Senado.
Participantes do Congresso Brasileiro de Automática gritaram o nome de Lula. Um deles se aproximou do ex-deputado Sílvio Lessa, apertou sua mão e gritou: "Peguei na mão de um ladrão."
Amigos do deputado investiram contra os manifestantes. "Petistas veados", gritavam. "Pega ladrão", respondia o grupo de manifestantes. Houve empurra-empurra e princípio de correria.
"Vamos pôr esses safados prá fora do hotel", gritou um senhor que acompanhava Lessa. Um outro homem, do mesmo grupo, tentou dar um murro em um manifestante, mas não conseguiu atingi-lo.
O grupo de manifestantes era pequeno. Quando os tucanos reagiram, eles entraram no Salão de Convenções do hotel, onde o congresso estava sendo realizado. Nesse momento, FHC já estava deixando o hotel.
Os manifestantes começaram a gritar o nome de Lula quando FHC passou perto deles. O candidato sorriu e foi embora, cercado de seguranças. A confusão continuou.
O tumulto só parou quando os repórteres tentaram saber o nome dos manfiestantes e dos tucanos. "Isso é provocação. Amanhã vai sair uma página inteira nos jornais', gritou um dos presentes.
Antes, o mesmo tucano ameaçava entrar no salão do congresso para agredir os manifestantes. O congresso de automática reúne 200 engenheiros eletrônicos –a maioria deles vem de universidades.
No almoço de Távola estavam presentes o cirurgião Ivo Pitanguy, o empresário Ricardo Amaral, o cineasta Cacá Diegues e a atriz Regina Duarte. Dona Neuma da Mangueira também estava lá. FHC disse em seu discurso que foi seu avô paterno quem descobriu o morro da Mangueira. Dona Neuma afirmou que nunca tinha ouvido falar nessa história.

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