São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Preparação física visa à força e resistência

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

A evolução nas técnicas de preparação física chegou também ao vôlei. Hoje, exige-se do jogador não apenas boa estatura e técnica, mas força e resistência.
A primeira serve principalmente ao ataque, na cortada, e à impulsão do atleta. A segunda, para que o rendimento do jogador se mantenha estável ao longo da partida.
A maior parte das pesquisas voltadas para o preparo físico da década de 80 para cá tem como objetivo desenvolver técnicas e aparelhos que ajudem o atleta a obter o máximo de seu corpo no menor espaço de tempo possível.
Assim, foram usados dados da fisiologia do esforço (que investiga as necessidades e limites do organismo durante a atividade física), da medicina ortomolecular (que mede, por exemplo, as carências vitamínicas do atleta), da nutrição e da biomecânica (que estuda os movimentos do corpo).
"Além disso, hoje o trabalho físico está individualizado", afirmou Marco Aurélio Motta, técnico da seleção feminina da Itália.
Com ele concorda o preparador físico da equipe masculina brasileira, Júlio Noronha. "Antes, todos faziam os mesmos exercícios, na mesma intensidade", disse.
Hoje, cada jogador tem um programa específico de preparação física e alimentação.
"Temos informações que permitem conseguir do atleta seu melhor rendimento", disse Noronha.
Estas informações são obtidas por exames, como o ergoespirométrico, que analisa os gases inspirados e espirados pelo jogador durante os exercícios.
Ou ainda pela coleta de amostras de sangue e saliva, para medir as deficiências de vitaminas e o acúmulo de ácido lático –toxina decorrente do esforço físico– no organismo do jogador.
Dessa forma, Noronha sabe, por exemplo, que o atacante Giovane precisa de carboidratos durante jogos e treinos. Por isso, ele bebe um líquido rico em frutose (açúcar de fácil absorção pelo organismo).
A evolução na preparação física contou também com mudanças na mentalidade dos jogadores. "No feminino, as meninas achavam que a musculação iria masculinizá-las", disse Noronha.
"O próprio Marcelo Negrão se negava a fazer musculação porque achava que ela iria fazê-lo parar de crescer", acrescentou.

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