São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Jardineiros de apartamentos inovam trabalho

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O jardineiro tradicional está entrando em extinção à medida que casas são trocadas por apartamentos. Hoje, há um grupo que cuida só de jardins de apartamentos.
Ao contrário do jardineiro tradicional, o de apartamento procura aplicar conhecimentos de decoração e paisagismo no trabalho.
A maioria é formada por mulheres que antes de adotar a profissão viam a jardinagem como hobby.
Júnia Uehara, 68, vice-presidente do Clube Paulista de Jardinagem, é uma das pioneiras. Ela se profissionalizou há 17 anos.
"Sempre gostei de jardinagem e de fazer arranjos com flores. Mas só depois que meus quatro filhos entraram na faculdade é que pude me dedicar de verdade", afirma.
Em 1975, Júnia fez o primeiro curso e, em seguida, filiou-se ao Clube Paulista de Jardinagem. "Começou como um hobby. Eu gostava tanto que me matriculava em todos os cursos que apareciam –com agrônomos, paisagistas e até decoradores de interior."
A estréia como jardineira aconteceu em 79, fazendo arranjos florais e cuidando dos minijardins dos apartamentos de amigos, sem cobrar nada.
Hoje, Júnia tem uma extensa lista de clientes que já incluiu o empresário Mário Amato e o secretário municipal de Saúde, Silvano Raia.
As visitas mensais de manutenção custam em torno de R$ 70 (se for cobertura, o preço é maior). Os arranjos florais variam entre R$ 40 e R$ 100, segundo Júnia.
"A maior diferença é que, além de mexer na terra e cuidar das pragas, temos que entender de decoração, saber o que fica bem em cada ambiente e qual o tipo de arranjo mais apropriado para cada evento", afirma.
A presidente do São Paulo Garden Club, Maria Tereza Cintra, 55, também via a jardinagem como hobby antes de adotá-la como profissão.
Hoje, se divide entre as atividades no clube e a confecção de arranjos e execução de jardins de apartamento.
"Fazer os arranjos é uma arte e é preciso ter técnica. Não é para qualquer um", diz Maria Tereza.

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