São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 1994
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Delegados negam as acusações

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-diretor do Dinfor (Departamento de Informática da Polícia Civil), delegado Claudio Gobbetti, disse ontem que não recebeu nenhum presente de seu sobrinho, o também delegado Eduardo Gobbetti.
Segundo denúncia de José Gonzaga Moreira, o "Zezinho do Ouro", Cláudio teria recebido cristais roubados de presente de seu sobrinho, em fevereiro passado. "Não vejo o meu sobrinho desde o ano passado."
O delegado Eduardo Gobbetti desmentiu ontem todas as acusações feitas pelo comerciante, envolvendo seu tio e tráfico de drogas no 9º DP."Esse homem deve estar com problemas psíquicos", disse.
O delegado confirmou que sua delegacia apreendeu uma carga de cristais no começo do ano. "Mas nós fizemos inquérito sobre isso."
Segundo o Departamento de Inquéritos Policiais do Tribunal de Justiça, o inquérito não foi instaurado quando a carga foi apreendida, em 25 de fevereiro passado, mas só após as denúncias feitas pelo comerciante e por ordem do juiz-corregedor Maurício Lemos Porto Alves.
O delegado Eduardo Gobbetti afirmou que está disposto a entregar suas declarações de Imposto de Renda e autorizar que suas contas bancárias sejam investigadas para provar que não enriqueceu nos oito anos em que é policial.
Eduardo admitiu conhecer "de vista" o informante. Segundo ele, Zezinho do Ouro se encontrava com investigadores de sua delegacia. "Nem eu nem o Bicudo (delegado Ailton Bicudo) sabemos de qualquer dos casos denunciados", disse.
A delegada Patricia Saraiva Gaia, 27, também negou as acusações feitas por Zezinho do Ouro. Ela disse não conhecer o ex-informante e considerou "absurdas" as denúncias.
"Em todos os galpões de desmanche que foram descobertos houve flagrante. Nunca houve extorsão", disse.

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