São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 1994 |
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Ciro dá verba à saúde a 11 dias do pleito
SILVANA DE FREITAS
A 11 dias do primeiro turno das eleições presidenciais, esta medida atenua uma das críticas mais contundentes do PT ao candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso: de ter reduzido a verba da saúde quando ministro da Fazenda. Foi na gestão de FHC como ministro da Fazenda que o governo decidiu interromper o fluxo de recursos da Pevidência tradicionalmente repassados para a saúde. O anúncio do aumento, em nota divulgada ontem pelo Ministério da Fazenda, surpreendeu dirigentes da Federação Brasileira dos Hospitais e técnicos do Ministério da Saúde. Foi uma decisão restrita à área econômica. A Federação Brasileira dos Hospitais recebeu anteontem um comunicado do secretário do Tesouro Nacional, Murilo Portugal. Segundo a entidade, Portugal disse apenas que a liberação do dinheiro ainda dependia de estudos. Depois de lutar durante três meses por mais recursos para o setor, o ministro Henrique Santillo (Saúde) preferiu silenciar ontem sobre a iniciativa de Ciro Gomes. Santillo faria às 20h de ontem um pronunciamento de cinco minutos em cadeia de rádio e TV sobre a verba para o setor. O pronunciamento foi cancelado. Técnicos do Ministério da Saúde explicaram que o órgão precisaria de R$ 703 milhões, dos quais R$ 585 milhões seriam destinados para o pagamento dos hospitais. Além de aumentar de R$ 474 milhões para R$ 550 milhões o valor dos repasses mensais, o Ministério da Fazenda também definiu o cronograma que deve assegurar as liberações de verbas até dezembro. A definição do cronograma de repasses acalma os empresários do setor. Eles criticam o governo por não ter um planejamento que permita aos hospitais saber exatamente com que recursos podem contar. Os recursos são de arrecadação de impostos, contribuição social sobre o lucro e loterias, recuperação de depósitos judiciais relativos ao Finsocial e ao Cofins e do Fundo Social de Emergência. Os hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde vão receber R$ 500 milhões. Os R$ 50 milhões restantes serão gastos com programas do Ministério da Saúde. A Federação Brasileira dos Hospitais disse ontem precisar de cerca de R$ 600 milhões por mês. Texto Anterior: PT ganha direito de resposta na "IstoÉ" Índice |
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