São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 1994 |
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Cidade descuida da comida típica
JOSIMAR MELO
A cozinha mineira, de forte personalidade e respaldada numa cultura culinária arraigada em seu Estado, termina sendo a especialidade brasileira melhor representada em São Paulo –mas nem por isso com a abundância que mereceria. Em todo caso, é mais fácil encontrar tutu de feijão com torresmo que, por exemplo, um pato no tucupi –embora a cozinha do Norte seja igualmente merecedora de um lugar ao sol nesta metrópole. Pratos típicos da cozinha goiana, maranhense ou mato-grossense também são raros nesta cidade. O mosaico culinário mineiro está melhor representado é no restaurante Dona Lucinha (av. dos Xibarás, 399, tel. 549-2050, Moema, zona sul), que logo abre mais uma casa, nos Jardins. Seu cardápio chega a ser didático. Os pratos ficam expostos em panelas de pedra-sabão em banho-maria. Uma seção exibe a cozinha do tropeiro, que é composta por pratos mais secos e resistentes ao tempo, como as farofas, o arroz e feijão de tropeiro e as linguiças. Outra mostra a cozinha da fazenda, mais suculenta, formada por pratos como ensopados, frango com quiabo e costelinha com samambaia. Uma outra opção possível, o Consulado Mineiro (pça. Benedito Calixto, 74, tel. 64-3882, Pinheiros, zona oeste), oferece em seu cardápio à la carte especialidades como a vaca atolada (costela de boi imersa em mandioca cozida), canjiquinha de milho com costela de porco e leitão pururuca. Boas cachaças, bons preços e uma cozinha correta são as causas das filas que o Consulado Mineiro exibe nos fins-de-semana, que tomam horas de espera de seus frequentadores. O Profeta (al. dos Aicás, 40, tel. 548-5311, Indianópolis, zona sul) foi o pioneiro na especialidade em São Paulo. Seu cardápio se divide entre pratos de outras especialidades, servidos à la carte, e um bufê de pratos típicos mineiros. Texto Anterior: Maksoud reúne arte e cozinha mineira Índice |
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