São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 1994 |
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Crise ameaça fechar laboratório de cinema
FERNANDA DA ESCÓSSIA
A proprietária do laboratório, Zaíra Rodrigues, disse que as dívidas a curto prazo do Cine-Líder com bancos credores chegam a US$ 4 milhões. "Se eu considerar as indenizações para 140 funcionários, aí a dívida chega a US$ 8 milhões", afirmou Zaíra. Pelo Cine-Líder passou quase 100% da produção cinematográfica nacional depois dos anos 50, segundo o presidente do Stic (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica), Jorge Monclar. O Cine-Líder disputa com um laboratório de Buenos Aires o posto de melhor laboratório cinematográfico da América Latina. No Brasil, há apenas mais um em São Paulo, ligado à Kodak. Segundo Zaíra Rodrigues, a crise financeira começou com o fechamento da Embrafilme, em 90, e a queda na produção de filmes. O Líder perdeu os trabalhos de pós-produção (revelação, cópias, montagem e mixagem) dos filmes nacionais, e sobreviveu fazendo cópias de filmes estrangeiros e revelação de comerciais. "Não quero dinheiro de ninguém. Um empréstimo seria o início da recuperação. Cresci aqui e tenho lutado para manter esse laboratório, mas não sei se vou poder continuar", diz Zaíra. Representantes do Stic, do Cine-Líder, e das Secretarias Estaduais da Cultura e da Indústria e Comércio formaram uma comissão para elaborar um projeto de "salvação" do laboratório. "Não podemos fechar o nosso melhor laboratório, quando o cinema nacional começa a se reorganizar. Temos 55 filmes com lançamento previsto para os próximos dois anos", diz Monclar. Artistas, técnicos e cineastas enviaram um abaixo-assinado ao Ministério da Cultura e ao Governo do Rio pedindo uma solução para a crise do Cine-Líder. Texto Anterior: Jabuticaba; Borracha; Jangada Próximo Texto: Artistas e técnicos pedem apoio estatal Índice |
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