São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 1994 |
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Aristide diz estar pronto para voltar ao seu país
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O acordo obtido pelo ex-presidente Jimmy Carter, que evitou a invasão do Haiti, prevê o retorno de Aristide para depois que o governo militar deixe o poder, o que está programado para ocorrer, no máximo, em 15 de outubro. Barnes, ex-deputado federal pelo Estado da Flórida, disse que Aristide havia recebido "absoluta e total garantia" (do governo Clinton) de que a missão Carter se limitaria a comunicar à junta que ela tinha de sair do país. "Aristide não participou dessas negociações." Pela avaliação de Barnes, se o líder da junta, general Raoul Cedras, se candidatar à Presidência do Haiti, não terá "mais do que 3% dos votos". Cedras declarou ontem que não vai deixar o país depois de 15 de outubro. O governo dos EUA colocou à disposição de Aristide transporte para levar a Porto Príncipe 40 deputados de seu partido que estão no exílio em Miami, para que eles votem a anistia aos militares. O presidente de fato do Haiti, Emile Jonassaint, afirmou ontem que vai divulgar em breve um calendário parlamentar para a votação da anistia. O Congresso do Haiti, formado por 83 deputados e 27 senadores, não tem obtido quórum para se reunir há meses. A Casa Branca negou ontem com ênfase a possibilidade de Aristide vir a ter que dividir o poder com Jonassaint depois de seu retorno. Essa hipótese foi levantada por pessoas próximas ao ex-presidente Jimmy Carter. "Jonassaint é ilegítimo e nós vamos restaurar o governo constitucional legitimamente eleito no Haiti", disse a porta-voz Dee Dee Myers. (CELS) Texto Anterior: Militar linha-dura reaparece Índice |
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