São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994
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Ex-assessor apresenta documentos sobre ligação de Covas com Tejofran

XICO SÁ; CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O arquiteto Rui Ramos, ex-assessor do candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, Mário Covas, apresentou ontem novos documentos que comprovariam a ligação entre a campanha tucana e uma suposta rede irregular de financiamento.
Ramos apresentou à Folha comprovante de depósito do posto de serviço Nova Dutra, pertencente à Tigrão Postos de Serviços, em sua conta bancária.
O depósito foi feito em março de 91, quando Ramos já assessorava o candidato do PSDB, e seria utilizado para compra de material para o escritório do tucano.
O ex-assessor acusa Covas de receber recursos irregulares da Tejofran, através de pagamentos forjados à rede de postos Tigrão. O suposto esquema foi revelado pela Folha no dia 26 de agosto.
Procurado ontem para comentar as novas acusações, Covas não se pronunciou. Segundo sua assessoria, cabe a Ramos apresentar à Justiça toda a documentação.
A Corregedoria Eleitoral de São Paulo instaurou uma investigação logo após a reportagem da Folha.
A rede de postos Tigrão teria emitido notas fiscais "frias" (por serviços não prestados) à Tejofran.
Os depósitos nas contas de Ramos e de Sebastião Farias, secretário particular de Covas, eram feitos diretamente pela Tejofran, ou através da rede Tigrão.
Além de Ramos, já depuseram na Justiça o sindicalista e ex-colaborador de Covas Marcos Cará, Farias e o dono da Tejofran, o empresário Antonio Dias Felipe.
Felipe negou a denúncia e disse que colabora para a atual campanha comprando bônus eleitorais.
Ele confirmou, porém, que emprestou ao tucano uma sala de sua empresa durante oito meses em 1990 –ano em que Covas disputou o governo do Estado.
Na época, a legislação não permitia a colaboração de pessoas físicas a candidatos.
Na semana passada, a corregedoria determinou que Farias apresentasse extratos de suas contas bancárias. Até ontem à tarde, ele não havia apresentado os documentos. Os proprietários da rede Tigrão não comentam a suspeita de irregularidade.
(Xico Sá e Carlos Magno De Nardi)

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