São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994
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Brasil reúne predicados para ser campeão

RENAN DAL ZOTTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os principais objetivos das seleções nacionais são a Olimpíadas e o Mundial, que ocorrem a cada quatro anos.
Portanto, todo o programa de treinamento é feito objetivando esses dois campeonatos.
O Mundial, fundamentalmente, é a competição que reúne o maior número de seleções.
São 16 equipes lutando por esse título, onde muitas vezes, diferente do que acontece numa Olimpíada, uma grande seleção fica de fora, já que o número de participantes é bem menor e a classificação é feita no ano anterior, quando algumas equipes não se encontram ainda na melhor forma.
O primeiro Mundial que participei foi em Roma, em 1978, no qual conquistamos um 6.º lugar, reflexo do que era a estrutura do vôlei no Brasil. Nessa época, a então URSS era imbatível.
Já em 1982, no Mundial da Argentina, o Brasil obteve sua melhor colocação até hoje, onde conquistamos o 2º lugar novamente.
Desde então o Brasil, com a entrada das empresas privadas no Campeonato Brasileiro e através de um programa específico para a seleção, se tornou uma grande potência mundial, sendo sempre uma das seleções mais temidas pelos adversários.
Foi em 1986, em Paris, que a geração de prata disputou seu último Campeonato Mundial. Lá ficamos em 4.º lugar, com os Estados Unidos campeão.
No Mundial do Rio de Janeiro, em 1990, que teve a Itália como campeã, o Brasil estreou a geração de ouro, ficando novamente em 4.º lugar, talvez pela pouca experiência em competições internacionais. Porque tecnicamente já mostravam um grande potencial.
Estamos na Grécia, e hoje o Brasil reúne todos os predicados para conquistar um título inédito, o de campeão mundial.
Atualmente, não se pode dizer que uma equipe é a franca favorita, porque hoje é uma questão de momento. O Brasil em todas as suas partidas deverá enfrentar seus adversários como se estivesse na final.
Na minha opinião, teoricamente, as seleções que reúnem maiores qualidades para chegar ao pódio são: Brasil, Itália, Cuba e Holanda.
A Itália, porque é uma equipe experiente e conhece bem o vôlei brasileiro, até porque cinco dos seis titulares conviveram por anos nas quadras italianas, além de fato de estar motivada por ter conquistado o título da Liga Mundial.
Cuba, um time com muita potência e que consegue desestabilizar emocionalmente as outras equipes através de um jogo de provocações.
Holanda, um time individualmente muito bom, mas que coletivamente ainda não conseguiu desenvolver todo seu potencial.
Brasil, um grande grupo e que reúne todas as qualidades técnicas, táticas e psicológicas.
Nossa seleção teve um tropeço há pouco tempo nas semifinais da Liga Mundial, que, provavelmente, servirá para aumentar ainda mais a determinação de vencer.
O Brasil é a seleção que, sem dúvida alguma, reúne o grupo mais homogêneo, isto é, são 12 jogadores, todos em condições de estar no time titular. Isto, graças ao excelente trabalho que o técnico José Roberto Guimarães vem desenvolvendo desde a sua entrada no comando da seleção. Por isso sou mais brasil.
Força Brasil.

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