São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995
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Baixa renda vai comprar mais

VERA BUENO DE AZEVEDO; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A população de menor poder aquisitivo deve caminhar em sentido oposto ao da classe média e será a principal responsável pelo aumento do consumo este ano.
"As classes C e D vão injetar US$ 12 bilhões no mercado consumidor em 95", diz Nelson Barrizzelli. Para Claudio Felisoni, "há oxigênio para puxar o consumo na faixa de renda de cinco e dez salários mínimos".
Beneficiadas pela queda da inflação, estas classes iniciaram o movimento de alta das vendas a partir do segundo semestre de 94.
Antes do real, elas tinham seu poder de compra reduzido em mais de 40% ao mês, o tamanho da inflação. Motivo: falta de acesso às aplicações financeiras.
Estabilidade
Depois de julho, com a estabilização econômica, o salário que geralmente guardam no bolso passou a se desvalorizar apenas cerca de 2% ao mês. Ao mesmo tempo, os preços ficaram mais estáveis.
A estabilidade de preços e a melhoria do poder de compra das classes mais baixas tiveram reflexo no consumo de alimentos.
As vendas de feijão, arroz, óleo de soja e farinha (produtos historicamente adquiridos pela população mais pobre) caíram 5% em três grandes supermercados de São Paulo após o real, diz Felisoni.
A comercialização de carne, frango e leite, nestas lojas, subiu até 20% no mesmo período. "Com o aumento de renda, houve uma substituição de 'bens inferiores', de menor preço, por outros de maior valor", afirma ele.

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