São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995
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Desequilíbrio marca a preparação para estaduais

O grande assunto hoje no futebol são as mudanças de jogadores e de técnicos entre os clubes que se preparam os campeonatos estaduais. Esse é um processo normal de todos os anos. Neste, porém, há um desequilíbrio nas equipes.
O São Paulo é hoje o clube mais procurado para negócios. Temos um bom elenco e que está valorizado pela atuação nesta temporada, não só do time principal como do Expressinho, que venceu a Conmebol.
Ao São Paulo, porém, poucos atletas de outras equipes interessam. Por isso, fica difícil fazer trocas que sejam proveitosas para reforçar o nosso time.
O São Paulo aceita vender ou emprestar jogadores, mas espera que venha uma recompensa em troca. Os clubes, porém, não têm quem oferecer ou só se interessam em negociar atletas de segunda linha.
O Flamengo, por exemplo, tentou contratar três atletas nossos, mas não admite negociar o único que nos interessa, o Sávio, que preencheria muito bem a principal lacuna do nosso time, que está no ataque.
O Atlético-MG também nos procurou, mas não admite negociar o atacante Reinaldo, que também é muito bom.
Mas, felizmente, o São Paulo me parece ser o clube paulista com o elenco mais montado atualmente. Precisamos de três reforços, que ainda não encontramos. Mas mesmo sem contratações, podemos ir muito bem com o que temos.
Palmeiras, Corinthians, Guarani e Santos trocaram de técnico no final do ano. Essa mudança quase sempre implica uma alteração bem mais ampla do elenco.
Todo técnico que chega tenta trazer alguns jogadores de sua confiança ou que aprecia.
O Palmeiras perdeu, por venda a uma equipe do Japão, três peças importantes de seu elenco. O substituto de um deles, o César Sampaio, vai sair do próprio elenco, com a promoção do volante Amaral.
Já os casos de Zinho e do Evair devem exigir contratações. Uma das vagas pode ser preenchida por Válber, que vem do Japão.
O Corinthians não deve aproveitar os jogadores que vieram para o Brasileiro, como os dois laterais. Já conseguiu um reforço, o Vítor, emprestado pelo São Paulo.
O Santos, por outro lado, tenta reforçar o time, mas não tem dinheiro para grandes aquisições.
No Rio, Botafogo, Fluminense, Flamengo e Vasco procuram contratar, mas não têm dinheiro. Além disso, não têm, no momento, quase nenhum jogador que possa interessar aos grandes clubes paulistas.

Telê Santana, 63, escreve aos domingos na Folha

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