São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995 |
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A figura quixotesca
ROSANA J. CANDELORO Herbert Caro também viajou pelo Brasil, guiando turistas alemães. Das belezas paisagísticas e arquiteturais, bateu centenas de "slides", amadoristicamente. A exemplo do dramaturgo alemão exilado no Brasil, Wolfgang Hoffmann-Harmisch (6), Caro publicou um livro intitulado "Isto é o Rio Grande do Sul", no qual deixou suas impressões registradas da flora e da fauna gaúchas.Em suas palestras no exterior, leva um farto material ilustrativo sobre Portinari, os precursores da pintura brasileira, a arte do Aleijadinho e até sobre a obra literária de Erico Verissimo. A partir de 1956, Caro inicia um ciclo de palestras sobre arte e literatura no Instituto Goethe de Porto Alegre. Para um público fiel, falava sobre a poesia expressionista, os pintores e escritores alemães, o Grupo da Ponte, os filmes do cinema expressionista alemão, etc. Dadas as realizações deste intelectual quase brasileiro, nada mais justo do que o resgate de sua produção em várias áreas do conhecimento. De figura quixotesca de um balcão de livraria, Herbert Moritz Caro passa a fazer parte da memória cultural do país que, em 1995, fará jus aos 60 anos de serviços ininterruptos à cultura brasileira. NOTAS 1. "International Biographical Dictionary of Central European Emigrés" - 1933/1945, v. II, part 1, 1983 2. Em 1940, os pais de Caro vieram para Porto Alegre 3. Caro, Herbert M. "Balcão de Livraria ", Rio de Janeiro: MEC, 1960 4. Mann, Thomas. "O pensamento vivo de Schopenhauer", São Paulo; Martins, 1960 5. Mais tarde, passou a colaborar no "Caderno de Cultura", de "Zero Hora" 6. Harnisch, W. H. "A Serra no R. G. do Sul" (em alemão, s.d.) e "O Brasil Que Eu Vi", (1937) Texto Anterior: SEGUNDA CARTA DE CANETTI Próximo Texto: Acervo será catalogado Índice |
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