São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Empresários combatem elevação de arrecadação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A intenção do governo FHC de elevar a arrecadação pública de 25% para 30% do PIB (Produto Interno Bruto), já manifestada pelo novo presidente, enfrenta resistências do empresariado.Alguns dos principais empresários do país, presentes ontem à posse de FHC, consideram o porcentual desejado "excessivo" e "desnecessário". Jorge Gerdau, da Gerdau, avalia que tal aumento na arrecadação acabaria por afetar a produção e o desenvolvimento econômico –por representar uma incidência excessiva do fisco sobre a sociedade. "Esta carga é alta para o Brasil. Se crescer assim, diminuirá o potencial econômico do setor privado", argumentou Gerdau. Hoje, a receita pública representa cerca de 25% do PIB, o equivalente a R$ 125 bilhões. Conforme setores do PSDB e o próprio FHC já defenderam, os serviços públicos só melhorarão se a arrecadação, ou carga tributária real, atingir 30% do PIB –cerca de R$ 150 bilhões. O presidente da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), Manoel Pires da Costa, também considera excessiva a meta de arrecadação de 30% do PIB. "Aumento de arrecadação sempre será preciso. Mas o principal é redesenhar o Estado, diminuir gastos", argumentou Costa, para quem "isso de receita alta é coisa do passado". Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, o governo terá dificuldade de obter todas as reformas consideradas necessárias, apesar de um aparente consenso na sociedade.' "Não se pode subestimar as dificuldades que o governo enfrentará", disse. Evitando avaliar diretamente a proposta de reforma tributária de FHC, Moreira Ferreira disse que "o jogo ainda está no começo". Os empresários defendem privatização e redução do Estado em vez de aumento na arrecadação. Texto Anterior: Novo governo deve permitir dolarização dos contratos Próximo Texto: Governo quer parcelar salários Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |