São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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Governo quer parcelar salários

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O governo FHC pretende parcelar o reajuste salarial do funcionalismo público federal, cuja data-base é 1º de janeiro. Este é o primeiro grande problema do novo governo. Os sindicatos de funcionários são todos filiados à CUT.
Pelo IPC-r, o funcionalismo teria direito a um reajuste de 25,9%. Concedido de uma vez só, representaria um aumento de R$ 6,5 bilhões nas despesas com pessoal.
Para evitar este impacto, o novo governo pretende dividir os 25,9% ao longo do primeiro semestre. Há um acordo unânime entre os novos ministros da área econômica.
No Orçamento aprovado, constam R$ 25 bilhões para salários. Não estão incluídos aí os gastos com reajuste, nem com a segunda fase da isonomia salarial, recém-concedida por Itamar Franco.
Esta isonomia deve custar mais R$ 1 bilhão, de modo que o governo FHC ficou com o problema de arranjar mais R$ 7,5 bilhões, num Orçamento que já apresenta déficit de R$ 10 bilhões a R$ 13 bilhões.
É por isto que ministros da área econômica de FHC, embora discretamente, já começam a criticar o governo Itamar. A acusação é de "populismo salarial" na questão do funcionalismo.
Dizem que Itamar cedeu tanto às pressões do funcionalismo que a folha de salários da União dobrou em dois anos.

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