São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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Petistas presentes elogiam fala de "estadista"

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O discurso de posse do presidente Fernando Henrique Cardoso encantou membros do PT, principal partido de oposição ao novo governo.
"Inteligente", "competente", "estadista" foram alguns dos adjetivos usados pelos parlamentares petistas para classificar o desempenho de FHC na posse.
"Temos um estadista", afirmou a deputada eleita Marta Suplicy (SP). Ela afirmou que "assinava, feliz, embaixo" do discurso do presidente que derrotou o candidato de seu partido na eleição, Luis Inácio Lula da Silva.
Ao lado de Marta, seu marido, senador Eduardo Suplicy (SP), também elogiou o discurso. "Os anseios mais profundos da nação estão contidos no discurso dele", disse o senador.
"Ele (FHC) fez um discurso com competência. Fez um discurso leve, simples, inteligente, para um Congresso com várias correntes. Ele não tocou nos pontos divergentes", afirmou a deputada Benedita da Silva (RJ).
Primeiro o PT
Foi também um petista o primeiro parlamentar a chegar no Congresso Nacional para a posse de FHC. Às 14h10, o deputado José Genoino (SP) chegou à Câmara afirmando estar cumprindo seu dever constitucional.
Pelo menos dez parlamentares da bancada de 54 petistas foram à posse no Congresso. Segundo Benedita da Silva, os deputados foram convocados pelo líder na Câmara, José Fortunati (RS).
Fortunati e Suplicy, na condição de líderes da bancada na Câmara e no Senado, fizeram parte da comitiva que recepcionou FHC na entrada do Congresso.
Os dois governadores do PT, Cristovam Buarque (DF) e Vitor Buaiz (ES), também participaram da cerimônia de posse.
"Foi uma grande festa. O discurso foi bom. Deu destaque ao lado social. Foi positivo. Espero que este seja o tema da agenda política", afirmou Genoino.
Antes do discurso, Genoino afirmou que, apesar de convidado, não iria à festa no Itamaraty ontem à noite. Ele criticou o uso do "smooking", traje exigido na recepção.
"Exigir smooking não é moderno, temos de modernizar as festas também, não apenas o Estado", afirmou o deputado. Genoino afirmou não ter o traje para a festa: "Alugar roupa é cafona", disse.
Perdido no Congresso
O ministro Francisco Weffort, de origem petista, foi também um dos primeiros auxiliares de FHC a chegar para a cerimônia no Congresso. Às 15h10, Weffort tentava se orientar com o cerimonial.
"Eu vou para a galeria, eu sei, mas minha esposa vai para onde?", perguntou o ministro à recepcionista. Informado de que sua mulher, Madalena Freire Weffort, ficaria no plenário do Senado, o ministro perguntou se alguém a acompanharia.
Resposta positiva, o ministro se mostrou preocupado em não se perder da mulher na saída da solenidade. Marcou encontrá-la na chapelaria, por onde entraram.
"Não acho bom, mas não tem outra alternativa", disse Weffort, depois que se separou da mulher. O ministro, que se desfiliou do PT pouco antes de ser designado ministro de FHC, elogiou o antigo partido.
"Continuo achando o PT um grande partido político e uma grande contribuição à democracia no Brasil", afirmou Weffort. O ministro se disse contente com a posse.

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