São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Segurança contraria manuais

ALEXANDRE SECCO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A segurança do presidente adotou uma tática polêmica ontem durante a solenidade de posse: permitiu que Fernando Henrique Cardoso e seu vice, Marco Maciel, descessem no mesmo carro aberto a pista de dois quilômetros que leva da Catedral de Brasília ao Congresso.
A decisão de levá-los no mesmo carro foi política, para mostrar aproximação entre os dois, mas é contra as normas para a proteção de dirigentes políticos e empresariais.
Os manuais de segurança de grandes corporações e dos governos proíbem que seus principais líderes viajem juntos.
A medida serve para evitar que um acidente ou atentado coloque em risco todo o corpo dirigente.
O forte esquema de segurança montado para a posse do presidente evitou problemas durante a cerimônia.
No trajeto da Catedral até o Congresso a segurança adotou o modelo americano, com quatro homens correndo ao lado do carro que rodava a, no máximo, oito quilômetros por hora.
Desde a manhã, dois helicópteros sobrevoavam a Esplanada dos Ministérios. Batedores da Polícia Militar e Forças Armadas circulavam pelas ruas em torno do Congresso.
Policiais militares e homens da Polícia do Exército estavam dispostos a cada três metros em toda a extensão da via que separa a Catedral do Congresso.
O esquema de segurança para a posse de FHC foi reformulado e reforçado durante a semana por causa de ameaças de ação de grupos terroristas e atos de protesto.
Os protestos se resumiram a atos individuais, como manifestantes com faixas contra o bloqueio americano a Cuba.
A Polícia Federal aumentou o número de homens em serviço durante a posse e posicionou atiradores de elite. Os principais alvos seriam os presidente de Cuba, Fidel Castro, e do Peru, Alberto Fujimori. Fidel não compareceu.
Agentes da segurança de Fidel estiveram no Brasil durante a semana para conhecer o esquema montado para a posse.
Fidel e Fujimori são tratados como personalidades de alto risco, por sofrerem forte oposição em seus países.
O único incidente foi quando Harry Stone, representante da indústria cinematográfica norte-americana no Brasil, tentou se aproximar do Rolls Royce presidencial.
Vários policiais correram para deter o americano e o impedir de chegar perto do carro. Ele disse que tentou se aproximar porque ficou impressionado com a beleza do carro antigo (Rolls Royce ano 53), em contraste com a arquitetura moderna de Brasília.

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