São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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Ford vai investir US$ 2 mi por dia

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Ford vai investir no Brasil e na Argentina US$ 1,1 bilhão nos próximos dois anos. "Isso significa cerca de US$ 2 milhões por dia útil de trabalho", afirma o advogado Ivan Fonseca e Silva, 44, presidente da Ford Brasil.
Ele ocupa o cargo desde 1º de dezembro, quando a Ford e a Volkswagen anunciaram oficialmente a separação das marcas a partir de 95.
Como consequência do processo de dissolução da holding Autolatina, que deve ser completado no final do ano, as duas fábricas passam a operar, a partir de agora, de forma independente.
Fonseca e Silva define como "ambiciosos" os projetos da montadora. Do total de investimentos previstos para 95 e 96, US$ 800 milhões vão para a produção, no Brasil, do Fiesta, o carro "popular" da marca.
Além dos US$ 450 milhões definidos em protocolo assinado com o governo para fabricar o Fiesta a partir de dezembro de 95, Fonseca e Silva conta que a Ford vai aplicar mais US$ 350 milhões para produzir motores e transmissões em Taubaté (SP).
Esses investimentos não estão condicionados a nenhuma medida do novo governo. "Estamos satisfeitos do jeito que está. Se melhorar, podemos aumentar o investimento", afirma Fonseca e Silva.
A Ford Brasil vai concentrar seus investimentos na produção de "carros pequenos" em grande escala. "No caso dos automóveis precisamos atingir a produção de 150 mil a 200 mil unidades por ano para atingir a mesma eficiência do exterior", diz.
O presidente da Ford Brasil afirma que aumentar a participação no mercado brasileiro e argentino é "objetivo estratégico" da Ford mundial. Para 95, considerado um período de transição, a Ford pretende vender no Brasil 270 mil veículos e ficar com 16% do mercado. "Em 96 teremos a grande virada", afirma. "A Ford não será mais a quarta do mercado", prevê Fonseca e Silva, referindo-se à posição atual da empresa no ranking das montadoras.
A picape Ranger, atualmente importada dos EUA, deve ser montada no Brasil. "Faremos do Brasil centro mundial de produção para determinadas versões do Ranger, a partir de 96 ou 97".
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida à Folha:

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