São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995 |
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IR diminui para aplicações mais rentáveis
FIDEO MIYA
Isso significa que a partir de agora o rendimento líquido para o investidor será igual a 90% do rendimento total das aplicações, com exceção da caderneta de poupança, que continua isenta de impostos. Uma comparação da nova tributação com a anterior sobre as aplicações de dezembro mostra que a rentabilidade líquida do FAF cairia de 2,70% para 2,56%, a do fundo de curto prazo de 3,12% para 2,92% e a do commodities de 3,23% para 3,20%. O rendimento líquido do CDB prefixado, porém, subiria de 3,55% para 3,70% e o do fundo de renda fixa DI de 3,25% para 3,31%. Isso mostra que o IR será menor para os investimentos mais rentáveis. Para as aplicações feitas até dezembro, o governo definiu a seguinte regra de transição: os rendimentos correspondentes ao período até 31 de dezembro serão tributados pelo sistema anterior e a partir de 1º de janeiro pelos 10%. O fundão tradicional (FAF), que era tributado em 5% sobre o rendimento nominal pelo IR, teve a alíquota dobrada para os 10%. Em compensação, ficou isento do IOF que incidia sobre resgates feitos até o 15º dia útil. Os fundos de curto prazo (novo fundão) e de renda fixa (tradicional e DI), junto com o CDB prefixado, eram tributados pelo IR em 30% sobre os juros que excedessem a variação da Ufir. Para os investimentos de renda variável (ouro, Bolsas de Valores e fundos de commodities, ações e carteira livre), o IR era de 25%. Com exceção da poupança e do FAF, a fórmula que vigorou entre outubro e dezembro último combinava o IR com o IOF e gerava a cobrança do IOF toda vez que o rendimento real sobre a Ufir ficasse abaixo de 1,2% ao mês. Segundo o sócio da consultoria KPMG, Diogo Ruiz, com a nova tributação os aplicadores pagarão menos imposto se a inflação cair e os juros reais se mantiverem altos. Na última terça-feira, o Banco Central, sinalizou uma redução da taxa do overnight –onde é definido o juro básico da economia– acompanhando as expectativas de uma inflação média em janeiro entre 1,5% e 2%. A taxa indicada pelo BC para esta segunda-feira é de 4,59% ao mês, que projeta 3,42% efetivos em janeiro. A abertura das operações de 1995 no mercado financeiro, porém, ficará exposta à turbulência decorrente das intervenções do BC no Banespa e no Banerj. Colaboraram RODNEY VERGILI, da Redação, e LILIANA LAVORATTI e VIVALDO DE SOUSA, da Sucursal de Brasília Texto Anterior: Cavallo já prepara novo pacote fiscal na Argentina Índice |
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