São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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SEXO

ROSELY SAYÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Tenho 13 anos e sou bem informada em orientação sexual, apesar de nunca ter tido relação. Hoje quero saber sobre as carícias que podemos fazer enquanto estamos beijando, para ficar mais legal. Mas carícias com todo respeito. Quero saber também como faço para namorar, pois estou cansada de só ficar. Mais uma coisinha só: como faço para conversar com meus pais sobre esse assunto? "

Com todo o respeito, bonitinha, você está querendo saber quais as carícias que não são perigosas ou reprováveis ou está querendo é conhecer técnicas do relacionamento físico que a mulher pode usar como arma de sedução para fazer o gato ficar com vontade de "quero mais" e ficar namorando?
Só você pode saber quais as carícias que não comprometem a forma que você está no momento decidida a levar para sua vida de relacionamento com os meninos. O respeito vai ser você mesma a direcionar. Quer, quer. Não quer ou acha que não deve, cai fora. Nada de deixar a bomba da responsabilidade apenas na mão do menino atrevido, ok?
E o beijo e qualquer outra carícia física fica mais legal quando você está solta para fazer o que vem na hora, com naturalidade, com espontaneidade. Não ache que um clima legal se consegue com técnica. Isso é coisa de quem acha que sexo é uma performance a ser aprimorada. Não é, não. Sexo é uma maneira de ficar em contato bem íntimo com a pessoa que está a fim.
Você está reclamando de ficar. Acha que quer namorar. Namorar com 13 anos, gatinha? Tem tempo para isso. Agora você tem mais é que aproveitar essa fase transitória da sua vida para conhecer, explorar, pesquisar, experimentar. Tem muita garota de sua idade cujo namoro faz ficar mesmo. Onde está. E muitas garotas que, como você, ficam e conseguem caminhar ficando. Deu pra sacar?
Agora, seus pais precisam ser educados, ok? Pensa que só eles é que têm essa tarefa com os filhos, é? Não, hoje em dia muitos filhos precisam perceber que os pais precisam de toques, dicas, para poderem acordar e ver que os filhos cresceram. E que estão querendo dialogar sobre a vida. Você tem que dar o empurrãozinho neles. Mas você não acha que uma amiga poderia ouvir melhor suas histórias com os gatos? Quer contar mesmo para a mamãe? Ou essa é apenas a maneira que você está encontrando para poder começar esse papo?

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