São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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Brasil "estimula" ousadia de turistas

SILVIA QUEVEDO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Os jovens argentinos acreditam no Mercosul, mas falam com cautela quando se trata de analisar as perspectivas de integração entre os quatro países.
Entre uma partida de futebol e um mergulho no mar, alunos de veterinária da Universidade Nacional do Litoral, de Santa Fé, Argentina, de férias em Canasvieiras (a 30 km do centro de Florianópolis, SC), acham que uma integração de verdade só acontecerá "muito lentamente".
Os garotos concordam que são mais conservadores do que os brasileiros, o que logo se nota no estilo de vestir. É só no Brasil, por exemplo, que eles ousam usar colares como adereço. Acham as brasileiras "mais liberais e menos problemáticas do que as argentinas".
Meninas de Córdoba consideram que as diferenças são culturais. Prevêem que o Mercosul poderá ampliar a "amizade", oferecer oportunidades de emprego e contribuir para minimizar as diferenças entre os países, como diz Noélia Videla, 17.
O português pode ser um empecilho. "Não me interessa, porque não virei para cá. Não sentimos necessidade de saber. Talvez agora, com o Mercosul, isso possa mudar, mas está longe", diz Matias Lapissonde, 22.
Nem todos pensam assim. Segundo Mercanti, uma escola de Posadas já colocou o português como opção ao francês, com a mesma importância que se dá ao inglês. Se dependesse de Albana Quiles, 17, de Córdoba, a língua seria a primeira barreira a ser derrubada. "O português é musical, me encanta", diz ela.
"Perspectivas há, muitas, mas se vê com desconfiança porque o Mercosul surge como algo novo e o que é novo desperta medo. Estamos vindo de uma economia fechada há muito tempo", diz Luis Filippi, 23. "A integração se dará no longo prazo", afirma Germán Karlen, 23.

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