São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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Crises marcam o ano no México

ANDRÉ LAHÓZ
ENVIADO ESPECIAL AO MÉXICO

Para um país acostumado a ser considerado como o de maior sucesso na América Latina nos últimos anos, apontado como um exemplo a ser seguido, o México teve um ano de 1994 repleto de péssimas notícias no campo econômico e político.
O dia 1º de janeiro de 1994 marcou o início das atividades do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), movimento guerrilheiro no estado de Chiapas.
O Exército mexicano conseguiu controlar a situação, e as duas partes assinaram um cessar-fogo em 8 de janeiro. O número oficial de mortos é de 145 pessoas.
No dia 23 de março, o candidato do partido governista PRI às eleições presidenciais de agosto, Luis Donaldo Colosio, foi assassinado a tiros. Há evidências da participação de membros do próprio PRI na elaboração do crime.
Em 28 de setembro, outro assassinato sacudiu a política do país: o de José Francisco Ruiz Massieu, secretário-nacional do PRI. Seu irmão acusa o envolvimento de membros do PRI em sua morte.
As eleições presidenciais de agosto foram consideradas muito mais limpas do que as anteriores. Mas a guerrilha de Chiapas não aceitou a eleição de Roberto Robledo para o governo do estado por considerá-la fraudulenta.
Em meados de dezembro, o EZLN tomou várias cidades de Chiapas, rompendo o cessar-fogo e elevando os riscos de um confronto.
Desde o Natal, a situação se tranquilizou na região, e uma trégua foi anunciada sábado passado. Mas esses fatos provocaram uma fuga de capitais do país, principalmente nos últimos dois meses.
O resultado foi uma forte desvalorização do peso mexicano (de mais de 40%). A desvalorização ameaça trazer de volta a inflação e coloca empresas e bancos em situação de extrema fragilidade pelo aumento de seu endividamento.

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