São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Ordem unida

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Para a Globo, sempre em tom oficioso, é uma reunião "para definir as metas de governo". Para a Cultura, é uma reunião convocada porque "o presidente quer a equipe unida e o discurso dos ministros uniforme".
Para a CBN, quase a mesma coisa, quer dizer, a reunião foi para que os ministros alcançassem "unidade e espírito de equipe". Para a Record, com tom quase crítico, a reunião é para "exigir" que os ministros "trabalhem afinados".
Tudo formalmente muito bonito, mas ficou para o SBT descrever a reunião no que ela tem de essencial, ou real. "Fernando Henrique concentra poder em Malan, Serra e Clóvis Carvalho" foi a primeira manchete do TJ.
Ou seja, para além da versão oficiosa e da versão oficial, os ministros vão definir as metas de governo, vão atuar como uma equipe unida, com um discurso uniforme, com unidade e espírito de equipe, afinados, enfim, mas sobretudo sob as ordens dos três sargentos tucanos.
Nem Collor concentrou poder assim.
Aviso prévio
Ontem na Cultura, imagens do Canal Sur, argentino, mostravam a reação violenta dos funcionários públicos no país, amigo de Mercosul e de plano econômico.
Não por coincidência, o presidente do Conselho dos Servidores de São Paulo foi ouvido, na mesma Cultura, dizendo que o atraso no pagamento do salário dos funcionários públicos pode trazer reações as mais inesperadas.
"Não descartamos nenhuma possibilidade de luta", avisou, ou ameaçou.
PC presidente
PC, o único condenado à cadeia, junto com sua secretária, não vai ter tempo para meditar sobre o que fez, como se pensou inicialmente. "PC Farias vai reassumir o comando de suas empresas", registrou ontem a CBN.
Ele volta, semana que vem, ao cargo de diretor-presidente das Organizações Farias. Com direito a moradia paga pelo contribuinte, no Corpo de Bombeiros.

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