São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Indústria do fumo tem faturamento recorde com as exportações em 94

ROBERTO MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria do fumo registrou um faturamento no ano passado de US$ 1,02 bilhão com as exportações. Para o setor, este é um recorde histórico.
"Pela primeira vez ultrapassamos a barreira do US$ 1 bilhão", afirmou Ronaldo Costa, diretor da Abifumo (Associação Brasileira das Indústrias do Fumo). Em 93, as exportações da indústria somaram US$ 910 milhões.
O fumo beneficiado representou, no ano passado, US$ 693 milhões do total do faturamento, enquanto as exportações de cigarros responderam por US$ 327 milhões.
Segundo o diretor da Abifumo, a quantidade de cigarros exportada teve crescimento de quase 100%. Em 94 foram cerca de 56 bilhões de unidades contra 29 bilhões registradas no ano anterior.
Foi esse aumento que provocou o recorde da indústria. A queda de 28% no preço do fumo beneficiado no mercado internacional prejudicou os produtores.
Vendas menores
"O volume e o faturamento do fumo beneficiado foram menores do que em 93", afirmou Romeu Schneider, vice-presidete da Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil).
Ele disse que os produtores diminuíram em 20% a área plantada e em 27% o volume de fumo beneficiado. "Assim conseguimos manter uma lucratividade mínima", observou Schneider.
Com a queda da produção de fumo beneficiado, o Brasil –que até 93 era o terceiro produtor mundial (atrás da China e dos Estados Unidos)– foi ultrapassado pela Índia.
Em relação aos cigarros, com os 56 bilhões de unidades produzidas em 94, o Brasil passa a ser, segundo a Abifumo, o quinto maior exportador mundial.
Souza Cruz
O diretor de Marketing da Souza Cruz, Flávio de Andrade, afirmou que o recorde demonstra a importância do setor para a pauta de exportações do país.
A Souza Cruz ainda não fechou o seu balanço de 94, mas Andrade acredita que a empresa tenha exportado cerca de 12 bilhões de unidades de cigarro (cerca de 50% a mais do que em 93).
Segundo ele, a exportação para os países do leste europeu –principalmente Rússia, Romênia e Bulgária– é a maior responsável pelo crescimento da empresa no ano passado.
Impostos
Segundo a Abifumo, o mercado do fumo no Brasil vai faturar em 94 cerca de US$ 6 bilhões (incluindo as exportações).
Segundo Costa, "algo em torno de US$ 3,5 bilhões fica para o governo através do pagamento de impostos".
No final de dezembro passado, a Souza Cruz e a Philip Morris –que detêm 95% do mercado brasileiro– anunciaram que iriam aumentaro preços dos seus produtos em 8%.
Naquela oportunidade, o então ministro da Fazenda Ciro Gomes disse, caso fosse aumentado o preço do cigarro, o governo aumentaria ainda mais a carga tributária sobre o setor. As empresas revogaram o aumento.

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